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Cápsula do tempo: Banqueira do povo condenada a dez anos de prisão

Maria Branca dos Santos ou D. Branca oferecia aos clientes um juro de 120% ao ano.
7 Fevereiro 2017, 07h57

No dia em que o semanário “Tal & Qual” divulgou os métodos de D. Branca a notícia espalhou-se também pela imprensa internacional. No Portugal de 1983, mergulhado numa depressão económica e inflação em alta, a história desta lisboeta, na casa dos 70 anos, pôs o país em alvoroço.

Apesar dos poucos estudos, ela montou um esquema paralelo à banca: uma espécie de banco particular no qual, durante anos, milhares de pessoas depositaram as suas poupanças, contando ganhar mais dinheiro do que com os depósitos da banca tradicional.

Centenas de pessoas dirigiam-se aos seus escritórios para obter um juro mensal de 10%  que fazia concorrência ao juro oficial da banca (cerca de 30% ao ano).

O crescente levantamento do dinheiro à banca oficial alarmou o Banco de Portugal e o Governo. A este ritmo, a bancarrota do sistema bancário estava iminente. O ministro das Finanças da época, Ernâni Lopes, pediu aos portugueses para se acautelarem.

A partir desse momento, milhares de depositantes entraram em pânico, e quiseram o dinheiro de volta. D. Branca não conseguiu satisfazer todos os pedidos, chegando mesmo a passar cheques sem cobertura.

Envolvida com colaboradores corruptos e criminosos, foi acusada pelo Ministério Público, por associação criminosa, burla e falsificação.

Foi condenada a 7 de fevereiro de 1990 a 10 anos de cadeia.

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