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Cápsula do tempo: A primeira tentativa de derrubar a Monarquia

O levantamento militar contra o governo da Coroa teve lugar no Porto mas foi um fracasso. Os revoltosos foram julgados a bordo de navios de guerra.
31 Janeiro 2017, 09h23

Soldados da cavalaria, infantaria, caçadores e guarda-fiscal avançaram para o centro da cidade do Porto. As forças revoltosas, vindas do Campo de Santo Ovídio (hoje Praça da República), descem a Rua do Almada, até à Praça de D. Pedro, (hoje Praça da Liberdade), onde, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, hasteiam uma bandeira vermelha e verde, símbolo do partido republicano, proclamando o governo provisório da República.

A multidão, sobe, de seguida, a Rua de Santo António,  posteriormente mudou o nome para Rua 31 de Janeiro), em direcção à Praça da Batalha. Estávamos no último dia do mês de janeiro do ano de 1891, mas este movimento não conheceria o sabor da vitória. O tiroteio da guarda municipal, instalada nas escadarias da igreja de Santo Ildefonso, travou a marcha, causando mortos e feridos, entre civis e militares. Os revoltosos seriam julgados e condenados a bordo de navios de guerra, ao largo de Leixões.

Um ano antes, a 11 de janeiro de 1890, o governo britânico entregou a Portugal um memorando exigindo a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre Moçambique e Angola, zona que era reclamada por Portugal. O governo da monarquia portuguesa concordou com esta ordem, o que não agradaria ao partido republicano.

Este foi o primeiro passo para o levantamento militar contra o governo da coroa. Porém, seria necessário esperar mais duas décadas para que o desejo do partido republicano se concretizasse. A proclamação da república é feita das varandas da Câmara Municipal de Lisboa na manhã do dia 5 de Outubro de 1910.

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