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Carlos Coelho e Mota Soares ficam à porta da Europa

Maus resultados do PSD e do CDS-PP causaram baixas de peso entre dois candidatos destacados que eram considerados elegíveis.
16 Junho 2019, 17h00

De fora da lista dos 21 portugueses que tomam posse este domingo no Parlamento Europeu ficaram dois nomes de peso do centro-direita: Carlos Coelho, eurodeputado do PSD desde 1994, e Pedro Mota Soares, deputado na Assembleia da República e número dois do CDS-PP às europeias. A eleição de ambos era dada como (quase) certa pelos respetivos partidos, mas os eleitores trocaram-lhes as voltas.

Foram cerca de 70 mil os votos que afastaram Carlos Coelho da ‘casa’ em que trabalhou nos últimos 25 anos. O senhor Europa do PSD era o sétimo na lista encabeçada por Paulo Rangel, mas os 21,94% obtidos pelos sociais-democratas foram insuficientes para ser eleito. A direção nacional do PSD refere-se a Coelho como “uma das referências europeias na área das liberdades dos cidadãos, da circulação das pessoas, das migrações, do espaço Schengen”.

Mas o reconhecimento não se fica pelos colegas do partido. O próprio primeiro-ministro, António Costa, veio elogiar o trabalho desenvolvido pelo eurodeputado nos últimos anos e lamentar – ainda antes de serem conhecidos os resultados oficiais das eleições – que Coelho tivesse sido colocado “num lugar potencialmente não elegível”. Resta saber o que lhe reserva o futuro, dando o PSD como certo que continuará a servir Portugal e a Europa.

Também num lugar não elegível acabou por ficar o centrista Pedro Mota Soares, ainda que a menos votos de ser eleito do que Coelho (23 mil). O CDS-PP tinha como meta eleger pelo menos mais um eurodeputado para se juntar ao cabeça de lista Nuno Melo, mas o resultado ficou “aquém das expectativas”.

“Mota Soares não foi eleito e quem perde com isso não é o CDS, é Portugal, porque ele é do melhor que Portugal tem, sabe do setor social como poucos e Portugal bem precisava que no Parlamento Europeu tivéssemos um deputado completamente dedicado a este terceiro pilar”, afirmou o eurodeputado Nuno Melo, em reação aos resultados, que deixaram o partido como apenas a quinta força política, com 6,19% dos votos.

Muito empenhado durante toda a campanha eleitoral, Mota Soares era uma aposta tão clara da direção nacional que foi o único candidato a aparecer junto a Nuno Melo e a Assunção Cristas nos cartazes. De igual forma, o antigo ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social do Governo de Passos Coelho viu-se excluído dos lugares potencialmente elegíveis para a Assembleia da República, anunciados no Conselho Nacional do CDS-PP a 6 de abril.

 

Artigo originalmente publicado na edição do Jornal Económico nº 1991 de 31 de maio de 2019

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