Carlos Moedas justifica reafetação de verbas com captação de mais investimento privado

O comissário europeu da Ciência e Inovação justificou hoje a reafetação de verbas do programa de financiamento Horizonte 2020 para outro fundo com a necessidade de a Europa conseguir captar mais investimento privado para o setor. “Tenho a obrigação de conseguir aumentar o investimento [na ciência] através da atração de investimento privado, e é nisso […]

O comissário europeu da Ciência e Inovação justificou hoje a reafetação de verbas do programa de financiamento Horizonte 2020 para outro fundo com a necessidade de a Europa conseguir captar mais investimento privado para o setor.

“Tenho a obrigação de conseguir aumentar o investimento [na ciência] através da atração de investimento privado, e é nisso que estou a trabalhar”, afirmou à Lusa Carlos Moedas, assinalando que a reafetação de verbas para o Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos “é muito marginal”.

Há uma semana, 13 centros de investigação europeus na área das ciências da vida, incluindo o Instituto Gulbenkian de Ciência, manifestaram preocupação pelos “cortes no orçamento” para a ciência, que, em seu entender, “podem comprometer a competitividade europeia”.

A aliança EU-LIFE, que agrega os 13 centros, apontou em comunicado que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, decidiu transferir 2,7 mil milhões de euros do Horizonte 2020, programa de incentivo à inovação e ciência para 2014-2020, para o financiamento de novos projetos de inovação no quadro do Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos.

Desse bolo orçamental, advertiu o grupo, “está previsto um corte de 221 milhões de euros”, a maior parte em 2016 e 2017, no financiamento do Conselho Europeu de Investigação, que atribui bolsas a projetos científicos de excelência.

Segundo o diretor do Instituto Gulbenkian de Ciência, Jonathan Howard, “a soma retirada ao orçamento do Conselho Europeu de Investigação, através do plano Juncker, podia financiar cem bolsas, a maioria para jovens cientistas”.

Para o comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, “o efeito que existir” no financiamento do Conselho Europeu de Investigação “é sempre muito pequeno”, uma vez que os 2,7 mil milhões de euros transferidos do Horizonte 2020 para o Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos “é uma contribuição que pode ser multiplicada, vai atrair investimento privado”.

Carlos Moedas adiantou que o fundo, que totaliza 315 mil milhões de euros, se destina a apoiar, entre 2015 e 2018, projetos de investigadores, empresas ou universidades vocacionados para a indústria, inovação e economia digital.

“A Europa deve capacitar-se para uma inovação mais perto do mercado”, sustentou, acrescentando que o “plano Juncker”, em preparação legislativa, será submetido a aprovação em junho.

O programa Horizonte 2020 tem inscritos 80 mil milhões de euros, incluindo 13,1 mil milhões de euros para o Conselho Europeu de Investigação.

OJE/Lusa

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