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Catalunha: “O referendo é válido, vinculativo e deve ser aplicado”

O líder da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, garante que vai declarar independência nas próximas 48 horas e vai abrir uma comissão para apurar responsabilidades na sequência dos confrontos com a polícia gerados nas ruas.
2 Outubro 2017, 13h32

O presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, reafirmou esta segunda-feira que “o referendo catalão é válido”, apesar de a Justiça espanhola ter levantado sérias dúvidas em relação à sua legitimidade, e reitera que vai declarar independência nas próximas 48 horas. Carles Puigdemont lamenta a tensão gerada nas ruas e assegura que vai abrir uma comissão para apurar responsabilidades.

“Naturalmente que o referendo é válido”, defendeu o líder do Governo catalão, durante o conselho extraordinário do Governo regional convocado para esta manhã. “O resultado é vinculativo e temos o dever de aplicá-lo. Não subestimem a força das pessoas da Catalunha, um povo que é pacificamente forte e não precisa de violência para permanecer com razão”.

Este domingo, durante a realização do referendo na Catalunha, o Governo espanhol deu ordem para que os locais de votação fossem encerrados, considerando que a consulta popular na região é ilegal. A inação da polícia regional, Mossos d’Esquadra, obrigou Madrid a solicitar a intervenção da Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola, que levaram a um escalar de tensão nas ruas.

“Exigimos a retirada imediata de todos os policiais”, afirmou Carles Puigdemont, informando que 893 pessoas terão recebido assistência médica na sequência dos confrontos e incidentes com as autoridades policiais e quatro terão ficado gravemente feridas e continuam hospitalizadas. “O Governo da Catalunha criará uma comissão especial para apurar as violações dos direitos fundamentais que ocorreram na Catalunha, com o objetivo de recolher queixas, tomar medidas para apurar responsabilidade e acompanhar os cidadãos”.

O líder da Generalitat afirma que “o momento recomenda a meditação e esta deve ser também internacional”. “Devemos pôr fim à violência judicial e restrições à liberdade” e acabar com “as ações impróprias das supostas forças de ordem”, sublinha.

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