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Catalunha tem até quinta-feira para responder se declara independência

“Estás nas mãos de Puigdemont”, diz a vice-presidente do governo, Soraya Sáenz de Santamaría. A primeira reação do governo de Espanha à carta enviada por Carles Puigdemont surgiu do ministro da Justiça, Rafael Catalá.
16 Outubro 2017, 10h18

O governo de Espanha acaba de reagir à missiva enviada pela Catalunha, dizendo que Mariano Rajoy respondeu também por carta, esta manhã, a Carles Puigdemont. A vice-presidente do executivo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, disse que o governo estendeu o prazo de clarificação para a próxima quinta-feira, 19 de outubro.

“O prazo que agora temos é quinta-feira às 10 horas da manhã (9 horas em Lisboa)”, sublinhou a porta-voz de Mariano Rajoy. “Está nas suas mãos [de Carles Puigdemont] evitar os próximos passos”, disse, no Palácio da Moncloa, onde se encontra fazer o comentário público sobre a avaliação que o governo espanhol fez do conteúdo da carta enviada esta segunda-feira pelo presidente da Generalitat, Carles Puigdemont.

À margem do discurso na sede central da presidência do governo de Espanha e residência oficial do primeiro-ministro, Soraya Sáenz de Santamaría explicou que “ninguém nega o diálogo, mas o diálogo deve ser feito dentro da lei. “O diálogo não se exige, pratica-se”, argumentou.

A porta-voz do governo liderado por Mariano Rajoy, que acumula os cargos de primeira vice-presidente do governo espanhol, ministra da Presidência e das Administrações Territoriais, frisou que Carles Puigdemont “ainda tem a solução na mão, para responder sim ou não” e explicou que o executivo de Madrid considera que “tem a oportunidade de corrigir”. “O governo espera que, nas horas que restam para se cumprir o segundo prazo do requerimento, Puigdemont responda com clareza que aos cidadãos exigem”, começou por adiantar.

Antes do depoimento oficial de Soraya Sáenz de Santamaría, o governo espanhol deu o seu primeiro parecer através das palavras do responsável pela pasta da Justiça: “A carta não responde ao que foi exigido, mas estamos a estudá-la”, disse Rafael Catalá, em declarações proferidas à imprensa espanhola.

Também a ministra da Agricultura e Pescas, Alimentação e Ambiente espanhola, Isabel García Tejerina, afirmou, em entrevista à Navarra Television, que “a única maneira de resolver problemas é através do diálogo, mas o único diálogo válido é o que faz parte da legalidade” e advertiu que o que não é legal “simplesmente não merece ser chamado a diálogo”.

O presidente do governo regional da Catalunha enviou esta manhã uma carta de quatro páginas ao chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy, na qual não explica se declara ou não a independência da comunidade autónoma. Carles Puigdemont pretende regressar ao diálogo, conforme explica na missiva, e estipula um período de “dois meses” e quer fixar “o mais rapidamente possível” uma reunião para explorar eventuais acordos. O presidente da Generalitat defende uma reunião para chegar a acordo e pôr fim à “repressão contra o povo e o governo da Catalunha”.

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