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Catarina Martins diz que auditoria ao Novo Banco “falha três vezes”

“No imediato, devem ser entregues ao parlamento os dados em falta e a auditoria deve ser tornada pública”, apontou a coordenadora do Bloco de Esquerda depois de o partido já ter requerido ao Governo a versão completa da auditoria ao Novo Banco
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    António Cotrim/Lusa
2 Setembro 2020, 11h15

A coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins considerou na noite de terça-feira que a auditoria ao Novo Banco falhava “três vezes”.

“A auditoria ao Novo Banco chegou finalmente, mas falha três vezes: nos prazos, na informação, na transparência. No imediato, devem ser entregues ao parlamento os dados em falta e a auditoria deve ser tornada pública”, escreveu Catarina Martins na sua conta Twitter.

A apreciação da líder do Bloco de Esquerda sobre a auditoria realizada pela Deloitte coincide com os comentários da deputada Mariana Mortágua, que sublinhou que “a Assembleia da República [AR] tem de ter todos os dados para poder analisar o que se passou no BES e Novo Banco incluindo nomes de empresas, nomes de devedores e de empresas que já tiveram as operações reestruturadas e perdoadas”.

“O parlamento continua sem saber quando analisa operações de crédito efetuadas pelo BES e por Ricardo Salgado, quem foram os clientes que beneficiaram dessas condições de crédito”, disse a deputada do Bloco de Esquerda na terça-feira, a partir da Assembleia da República. Tendo em conta a ausência de informações, o Bloco de Esquerda requereu ao Governo a versão integral da auditoria.

Outros partidos reclamaram do mesmo, o PAN pediu ao Governo a divulgação da versão completa da auditoria e pediu que fossem apuradas todas as responsabilidades políticas pelos atos de gestão pelo Novo Banco que “lesaram o erário público”.

Por sua vez, Rui Rio achou “censurável” que o “Novo Banco já conheça [a auditoria] e estranho que, de imediato, consiga enaltecer que ela vem em seu socorro”. O líder do PSD recordou também que o documento “ainda não é do conhecimento de ninguém, nem sequer dos próprios deputados, legítimos representantes dos que estão a pagar esta fatura indecente”, numa publicação na sua página pessoal no Twitter na noite de terça-feira.

No mesmo dia, o Novo Banco disse, em comunicado, que já “tomou conhecimento do relatório” e sublinhou que “o documento final transmite a clareza e colaboração em que decorreu o processo de análise e confirma a forma transparente e competitiva com que o Novo Banco tem vindo a recuperar o seu balanço”.

“A análise evidencia a importância dos processos de alienação de ativos para a recuperação do balanço do Novo Banco. As melhorias operacionais alcançadas colocam o Novo Banco numa posição sólida que permite apoiar os seus clientes e a economia portuguesa neste momento crítico da nossa vida coletiva”, apontou a instituição financeira liderada por António Ramalho.

A auditoria aos atos de gestão dos últimos 18 anos do BES/Novo Banco analisa operações que geraram perdas de quatro mil milhões de euros, segundo anunciou o Ministério das Finanças na terça-feira.

 

 

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