Os primeiros sinais de inquietação surgiram nos últimos dias de 2019 e nos primeiros da nova década. À época, com exceção da China, todos os países desvalorizaram o que mais tarde se tornou uma epidemia à escala global, cujas consequências têm sido catastróficas em todo o mundo.

O vírus, denominado Covid-19, é um agente minúsculo de 0,000125 milímetros, cuja propagação atingiu proporções gigantescas. No momento em que escrevo, contam-se já 255 milhões de pessoas infetadas em quase todos os países do mundo, mais de cinco milhões de mortos e 230 milhões de doentes recuperados.

O mundo mudou e preparou-se com uma vacinação massiva da população, pelo rastilho em que a pandemia se espalhou por todo o lado, na mesma proporção que a ansiedade e o pânico se instalou nas populações, sobretudo naquelas onde tem sido mais difícil conter o vírus e onde o número de mortos é mais significativo.

Na esfera internacional, este vírus trouxe inúmeros desafios, colocando em xeque governos que se consideravam invulneráveis e poderosos, pondo em causa a máquina que faz funcionar a globalização, através do comércio, das viagens, da indústria e do mundo financeiro, remetendo-nos para a nossa condição de mortais e para uma profunda alteração dos nossos costumes.

Perante esta nova realidade, e apesar da vacinação massiva e da boa novidade agora conhecida dos primeiros fármacos monoclonais a serem autorizados para o tratamento da Covid-19, as populações ainda não têm imunidade porque as novas vagas são uma realidade. Assim, continua a ser imperioso tentar retardar a propagação da doença, criando condições públicas para não saturar o sistema de saúde e manter, na medida do possível, a atividade económica.

A nossa atitude tem de ser forçosamente proativa, pois o atual agravamento do número de casos diários de Covid-19 torna claro que será necessário tomar mais medidas, ainda que não preveja restrições ao nível das adotadas no passado.

Preparemo-nos, pois, o melhor que pudermos para esta 5ª vaga da pandemia e continuemos a confiar nas autoridades sanitárias, pois o momento é de decisões políticas, de voltar a tomar algumas medidas preventivas, para tentar evitar a propagação e um novo disparar de casos.

Após mais de 18 mil mortes em Portugal, um novo “combate” nos espera para travar a propagação viral, quando os números em Portugal rondam os 2.500/dia (valor máximo desde agosto) e 12 mortes, estando a taxa de incidência a subir esta semana de 156 para 174 casos por cada 100 mil habitantes, situando-se o índice de transmissibilidade nos 1,17.

Números novamente dramáticos, mas, com o esforço de todos, iremos ultrapassar a grave crise de saúde pública que surgiu de forma tão repentina e intensa, alterando por completo a nossa vida e a vida de todas as organizações e atividades económicas. Temos de manter a cautela nesta nova vaga, a defender o nosso futuro coletivo. Portugal agradece.