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Cavaco Silva: “Contrariamente a José Sócrates, [Passos Coelho] nunca alterava o tom de voz”

O ex-chefe de Estado lança, esta quinta-feira, o livro “Quinta-feira e Outros Dias”. A obra vai ser apresentada no Centro Cultural de Belém, um edifício que inaugurou enquanto primeiro-ministro.
  • Cavaco Silva
16 Fevereiro 2017, 10h44

Dez anos de mandato no Palácio de Belém compilados em cerca de 500 páginas. O antigo Presidente da República Cavaco Silva lança hoje o “Quinta-feira e Outros Dias”, a obra que ainda não está nas bancas mas do qual já muitos pormenores se sabe.

No sábado, o “Expresso” apresentou uma pré-publicação da obra de Cavaco Silva, onde se pode ler que, na segunda parte do primeiro capítulo, por exemplo, o antigo Presidente da República faz referência a telefonemas que teve com José Sócrates, os quais diz ter que feito “questão de, na hora, após cada encontro, registar pormenorizadamente”.

«O primeiro-ministro José Sócrates, em geral, apresentava-se preparado para as reuniões. (…) Nos primeiros anos, foram muitas as vezes em que começou por me afirmar: “Hoje tenho boas notícias”. E avançava com números sobre a execução orçamental, o investimento, as exportações, o turismo ou outros dados económicos».

Cavaco Silva escreve que não precisou de muito tempo até perceber que se tratava de manobra de “abertura do diálogo”. “Frequentemente, as palavras não se conformavam à realidade dos factos e passei a olhar desconfiado para as ‘boas notícias’ do primeiro-ministro [José Sócrates”, aponta.

Em “Quinta-feira e Outros Dias”, o ex-chefe de Estado diz ainda que as reuniões com o então líder do executivo baseavam-se sobretudo num diálogo “vivo e intenso”, que “facilmente se prolongava por mais de uma hora. Porém, diz que, “contrariamente a José Sócrates, [Passos Coelho] nunca alterava o tom de voz”.

O lançamento do livro está agendado para esta quinta-feira, dia 16, às 18h30, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

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