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Cavaco Silva desafia Costa a fazer “mais e melhor com a sua maioria absoluta” (com áudio)

Para Cavaco Silva, é evidente que o PS “beneficiou dos erros do PSD e da benesse do PCP e do BE ao chumbarem o orçamento do Estado para 2022”, ainda assim admite que ninguém pode tirar o mérito a António Costa.
1 Junho 2022, 09h24

O antigo primeiro ministro Aníbal Cavaco Silva escreveu uma crónica onde felicita António Costa pela vitória nas eleições de janeiro. No texto Cavaco Silva desafia Costa a fazer mais e melhor com a sua maioria absoluta.

“Quero começar por lhe pedir desculpa pelo atraso com que o felicito publicamente pela conquista da maioria absoluta nas eleições de 30 de Janeiro. Foi uma vitória da sua pessoa como líder do PS. Somos agora colegas no que à conquista de maiorias absolutas diz respeito”, começou por escrever o antigo governante em artigo de opinião no “Observador”.

Para Cavaco Silva, é evidente que o PS “beneficiou dos erros do PSD e da benesse do PCP e do BE ao chumbarem o orçamento do Estado para 2022”, ainda assim admite que ninguém pode tirar o mérito a António Costa. De recordar que o PS venceu as eleições com 41,6% dos votos.

“Como se recorda, também eu beneficiei de uma benesse na conquista da primeira maioria, em julho de 1987: a aprovação pela Assembleia da República da moção de censura ao governo apresentada pelo PRD”, lembra Cavaco Silva, sublinhando que na sua segunda maioria absoluta obteve 50,6%, fruto “da obra realizada”.

“Estou, aliás, convicto de que o senhor Primeiro-Ministro é capaz de fazer mais e melhor com a sua maioria absoluta e não tem qualquer razão para ter complexos”, assegura Aníbal Cavaco Silva.

No texto o antigo primeiro-ministro recorda alguns dos feitos nos seus mandatos. “Destaco, em primeiro lugar, as revisões constitucionais de 1989 e de 1992 que acompanhei de perto e em que me envolvi diretamente. Na primeira, era líder do PS Vítor Constâncio e na segunda António Guterres”, destaca.

“Quero também lembrar o intenso, profundo e frutuoso diálogo dos meus governos de maioria absoluta com os parceiros sociais. Foram assinados quatro acordos de concertação social e só não foram assinados mais dois porque o líder do seu partido coagiu e pressionou a UGT”, recorda Cavaco Silva.

O antigo governante enalteceu ainda a “a reforma fiscal de 1989, que instituiu o IRS e o IRC, substituindo sete impostos sobre o rendimento então existentes”.

“Sendo conhecida a sua vontade de fazer reformas e habilidade no diálogo com o maior partido da oposição no sentido de as concretizar, estou certo que, com o seu governo de maioria absoluta, tudo correrá na perfeição”, diz Cavaco Silva, considerando também que “encerrada a fase da “geringonça”, o seu governo de maioria absoluta fará mais e melhor do que as maiorias de Cavaco Silva”.

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