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CCIPA diz que banca tem de acreditar em Angola para as empresas decidirem investir

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola (CCIPA) defendeu hoje à Lusa que os investidores só vão conseguir regressar em força a Angola se a banca acreditar nas potencialidades económicas do país.
19 Novembro 2018, 08h53

“Os empresários têm de olhar para Angola não pela situação atual, mas sim pelo que acreditam que vai ser nos próximos três, quatro ou cinco anos, mas importante também é que a banca acredite, para que disponibilize capitais para as empresas portuguesas irem investir em Angola; sem apoio da banca é muito mais difícil para os investidores tomarem a decisão de investir”, disse João Traça.

Em entrevista à Lusa a propósito da visita do Presidente de Angola, João Lourenço, a Portugal, de 22 a 24 de novembro, o advogado vincou que a visita “é um sinal do reforço das relações entre os dois países, que têm um longo passado de cooperação, não só nas questões políticas, mas também nas económicas”.

“É mais um passo, não é um fim nem uma meta, é parte do caminho da relação entre os dois países, que é inevitável”, defendeu o presidente da CCIPA.

Questionado sobre os possíveis resultados concretos desta visita, João Traça disse que é difícil prever porque “os resultados concretos estão muito condicionados por questões que envolvem decisões políticas”.

Ainda assim, destacou que seria importante “haver a assinatura de documentos que reforcem a cooperação empresarial para criar mais facilidade e atratividade do investimento de Portugal para Angola, porque devido à situação económica Angola não estará vocacionada agora para aumentar o investimento em Portugal, portanto a prioridade deve ser o reforço do investimento português em Angola”.

Sobre a questão das dívidas do Estado angolano às empresas portuguesas, João Traça disse que não vê “motivos para o processo correr mal” e salientou que “o verdadeiro problema” é a debilidade das finanças de Angola.

“O verdadeiro problema é a contingência concreta da economia angolana; não há sanções de Angola às empresas portuguesas, não são alvo de nenhuma represália, é importante ter noção disto, há empresas de outros países com as mesmas dificuldades”, disse o advogado.

“O Governo tem de fazer a gestão entre cumprir as obrigações e as necessidades presentes, e ainda combinar também com a realização de investimento, afetar recursos financeiros, divisas, para permitir que haja investimentos em Angola que sejam reprodutivos para ajudar a inverter a situação económica”, acrescentou.

Angola, concluiu, “não pode ficar de braços cruzados à espera que o preço do petróleo suba, e o Governo tem a noção disso, já identificou prioridades e está a trabalhar nessas prioridades, que passam por reduzir as importações, dando folga para desenvolver outros setores”.

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