O CDS-PP acusou esta quarta-feira o ministro das Finanças de fazer cativações encapotadas na área da saúde e de impor um garrote aos serviços e unidades de saúde.
A deputada do CDS-PP, Isabel Galriça Neto, interpelou o ministro Mário Centeno no Parlamento sobre o que considera como subfinanciamento nesta área, destacando os pagamentos em atraso por parte dos hospitais EPE.
«Bem pode o ministro da Saúde anunciar injeções de capitais, que o senhor ministro das Finanças congela esses pagamentos, que mais não são do que cativações encapotadas», acusou a deputada, questionando Mário Centeno sobre quais os hospitais que já receberam efetivamente o reforço de verbas que tinha sido anunciado.
O CDS considera que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, está «manietado» e que «não é verdadeiramente o ministro da Saúde»: «O ministro da Saúde não é ministro, mas é Centeno.»
Isabel Galriça Neto defendeu que «as Finanças têm imposto um garrote aos serviços de saúde» e argumentou que «a austeridade está bem patente na saúde».
O ministro das Finanças esta a ser ouvido na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PSD, que agendou a audição para discutir dificuldades financeiras no setor, mas com o atendimento pediátrico no Hospital de S. João a impor-se.
A audição ao ministro Mário Centeno já tinha sido pedida pelo grupo parlamentar do PSD há um mês, mas na terça-feira o partido confirmou que iria confrontar o titular da pasta das Finanças com as queixas relativas à degradação da qualidade de atendimento do serviço pediátrico no Hospital de S. João, no Porto.
O presidente deste hospital admitiu na terça-feira que as condições do atendimento pediátrico são «indignas» e «miseráveis», lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada. «Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projecto», afirmou António Oliveira e Silva.
O presidente do Centro Hospitalar do São João falava aos jornalistas a propósito de queixas de pais de crianças com doenças oncológicas sobre a falta de condições de atendimento dos seus filhos em ambulatório e também na unidade do “Joãozinho” para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas, noticiadas pelo “Jornal de Notícias”.
O secretário de Estado adjunto da Saúde disse recentemente que os 22 milhões de euros do Governo para as obras da Unidade pediátrica já tinham sido transferidos, aguardando apenas a autorização do Ministério das Finanças. As declarações de Fernando Araújo surgiram após a administração do Hospital de São João ter assumido que o bloqueio das Finanças colocava a unidade de Pediatria do São João em situação de rutura.
Na terça-feira o presidente do centro hospitalar lembrou que «há 10 anos que o centro pediátrico do Hospital de São João está em instalações provisórias», e que em junho de 2017, foi assinado um protocolo entre o Centro Hospitalar de São João, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e a ARS/Norte no sentido de serem desbloqueadas as verbas necessárias para a construção do projeto global do centro hospitalar pediátrico.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com