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CDS-PP acusa Centeno de fazer cativações encapotadas na Saúde

O CDS considera que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, está «manietado» e que «não é verdadeiramente o ministro da Saúde».
11 Abril 2018, 11h33

O CDS-PP acusou esta quarta-feira o ministro das Finanças de fazer cativações encapotadas na área da saúde e de impor um garrote aos serviços e unidades de saúde.

A deputada do CDS-PP, Isabel Galriça Neto, interpelou o ministro Mário Centeno no Parlamento sobre o que considera como subfinanciamento nesta área, destacando os pagamentos em atraso por parte dos hospitais EPE.

«Bem pode o ministro da Saúde anunciar injeções de capitais, que o senhor ministro das Finanças congela esses pagamentos, que mais não são do que cativações encapotadas», acusou a deputada, questionando Mário Centeno sobre quais os hospitais que já receberam efetivamente o reforço de verbas que tinha sido anunciado.

O CDS considera que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, está «manietado» e que «não é verdadeiramente o ministro da Saúde»: «O ministro da Saúde não é ministro, mas é Centeno.»

Isabel Galriça Neto defendeu que «as Finanças têm imposto um garrote aos serviços de saúde» e argumentou que «a austeridade está bem patente na saúde».

O ministro das Finanças esta a ser ouvido na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PSD, que agendou a audição para discutir dificuldades financeiras no setor, mas com o atendimento pediátrico no Hospital de S. João a impor-se.

A audição ao ministro Mário Centeno já tinha sido pedida pelo grupo parlamentar do PSD há um mês, mas na terça-feira o partido confirmou que iria confrontar o titular da pasta das Finanças com as queixas relativas à degradação da qualidade de atendimento do serviço pediátrico no Hospital de S. João, no Porto.

O presidente deste hospital admitiu na terça-feira que as condições do atendimento pediátrico são «indignas» e «miseráveis», lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada. «Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projecto», afirmou António Oliveira e Silva.

O presidente do Centro Hospitalar do São João falava aos jornalistas a propósito de queixas de pais de crianças com doenças oncológicas sobre a falta de condições de atendimento dos seus filhos em ambulatório e também na unidade do “Joãozinho” para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas, noticiadas pelo “Jornal de Notícias”.

O secretário de Estado adjunto da Saúde disse recentemente que os 22 milhões de euros do Governo para as obras da Unidade pediátrica já tinham sido transferidos, aguardando apenas a autorização do Ministério das Finanças. As declarações de Fernando Araújo surgiram após a administração do Hospital de São João ter assumido que o bloqueio das Finanças colocava a unidade de Pediatria do São João em situação de rutura.

Na terça-feira o presidente do centro hospitalar lembrou que «há 10 anos que o centro pediátrico do Hospital de São João está em instalações provisórias», e que em junho de 2017, foi assinado um protocolo entre o Centro Hospitalar de São João, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e a ARS/Norte no sentido de serem desbloqueadas as verbas necessárias para a construção do projeto global do centro hospitalar pediátrico.

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