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CDS-PP alerta para “enormes riscos” da proposta de condicionamento de trânsito na Baixa de Lisboa

Os democratas-cristãos reconhecem podem “até existir méritos” na proposta, mas sublinham que os compromissos ambientais não se devem ficar pelo “mero ‘Photoshop’ da propaganda socialista”.
4 Fevereiro 2020, 10h23

A vereação do CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa considera que a proposta apresentada pela autarquia para condicionar o trânsito na zona da Baixa-Chiado “comporta enormes riscos”. Os democratas-cristãos reconhecem podem “até existir méritos” na proposta, mas sublinham que os compromissos ambientais não se devem ficar pelo “mero ‘Photoshop’ da propaganda socialista”.

“Numa primeira análise, nós reconhecemos que podem até existir méritos na proposta, mas é também evidente que é uma proposta que comporta enormes riscos”, disse o vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira, em declarações à Lusa, sublinhando que “é fundamental conhecer todos os estudos e dados objetivos que sustentam” o plano apresentado.

João Gonçalves Pereira não revela qual será o sentido de voto do CDS-PP e remete a decisão para quando a proposta for distribuída aos vereadores. O democrata-cristão admite ainda a possibilidade do CDS-PP (maior força da oposição ao executivo autárquico liderado pelo socialista Fernando Medina) apresentar propostas alternativas à da autarquia.

Para o vereador do CDS-PP, “a neutralidade carbónica é um objetivo que não deve ser apenas atingido por imposições ou restrições aos cidadãos, mas sim através de bons mecanismos de compensação e de boas práticas de cidadania”. O vereador acusou ainda o presidente da Câmara Municipal de Lisboa de ter “pouco respeito, muitas vezes, com quem vive e trabalha” em Lisboa.

“Achamos que deve haver compromissos ambientais, mas com respeito por quem vive e trabalha na cidade de Lisboa, e não nos ficarmos só pelo mero ‘Photoshop’ da propaganda socialista”, sublinhou João Gonçalves Pereira, garantindo que, estando esse princípio cumprido, “o CDS não tem complexos com aquilo que pode ser o condicionamento de uma ou outra zona da cidade”.

O centrista questiona ainda quanto é a Câmara de Lisboa já se teve de pagar por causa da poluição na Avenida da Liberdade e lamenta que “a Câmara tenha demorado sete anos a perceber que as emissões de dióxido de azoto são altíssimas naquela artéria da cidade”.

A Câmara Municipal de Lisboa apresentou na passada sexta-feira a nova Zona de Emissões Reduzidas (ZER) da cidade, que abrange parte das freguesias de Santa Maria Maior, Misericórdia e Santo António. Nas zonas delimitadas, o trânsito automóvel passe a ser exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados, entre as 06h30 e as 00h00. O plano deve entrar em vigor a partir de agosto.

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