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Centeno contra bónus no Novo Banco em 2021: “Ainda vamos a tempo de corrigir esta situação”

Ministro das Finanças enalteceu decisão do Fundo de Resolução ter descontado os dois milhões de euros na injeção que fez o Mecanismo de Capital Contingente por conta das perdas de 2019 e disse esperar que haja uma “empatia” sobre o enquadramento sobre qual estas decisões são tomadas no Novo Banco e “ela seja adequada a esta matéria também”.
  • Cristina Bernardo
13 Maio 2020, 10h55

O ministro das Finanças espera que o Novo Banco volte atrás sobre a atribuição dos prémios de remuneração em 2021, que opôs o Fundo de Resolução à entidade liderada por António Ramalho. Mário Centeno apelou a uma “empatia” sobre o atual contexto, frisando a recomendação da Autoridade Bancária Europeia sobre a distribuição de dividendos e bónus.

“Há uma política de remunerações em todas as instituições. São assumidas no período normal, não estamos num período normal nem no enquadramento dessas instituições, nem nos desafios que se lhe colocam internamente. A própria EBA emitiu recomendações no sentido, quer em relação aos dividendos, quer em relação às remunerações dos gestores bancários de uma linha de orientação com a qual o Governo concorda. Essa linha de orientação foi exatamente aquele que o acionista Fundo de Resolução transmitiu no seio do Novo Banco”, disse o ministro da tutela, numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças, no Parlamento, esta terça-feira.

Questionado pelo deputado socialista Fernando Anastácio sobre o assunto, Mário Centeno frisou que “apesar da questão dos prémios só serem devidos em 2021, penso que como as empresas, as instituições vão acompanhando a evolução dos tempos nas suas decisões”.

“Tomando conta de todas as variáveis no seu entorno consideraria que ainda vamos a tempo de ser corrigida esta situação nos órgãos decisórios normais, obviamente do Novo Banco e que haja aqui uma “empatia” ou entendimento sobre qual é o entorno, o enquadramento sobre qual estas decisões são tomadas no Novo Banco e ela seja adequada a esta matéria também”, vincou.

Realçou ainda que “a decisão do Fundo de Resolução, que também foi informado o Governo e com a sua concordância de redução da injeção de capital para não cobrir esta verba que penaliza as contas do Novo Banco em 2019, é um passo nessa direção e esperamos que seja tido esse bom senso neste momento tão difícil, em que a colaboração de todos é necessária”.

O jornal “Expresso” noticiou que a instituição liderada por Luís Máximo dos Santos descontou dois milhões de euros na injeção que fez o Mecanismo de Capital Contingente por conta das perdas de 2019, depois do Conselho de Administração do Novo Banco ter proposto um bónus em 2021.

O Novo Banco propôs em 2019, a título diferido e condicionado, o pagamento de uma remuneração variável aos membros da administração executiva no valor de 1,997 milhões euros, “em função da avaliação individual e coletiva da sua performance”, segundo o relatório e contas.

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