A Galp poderia ter gerido o processo de fecho da refinaria de Matosinhos de forma diferente, admitiu hoje o CEO da petrolífera, Andy Brown. Porém, o fecho da unidade era “inevitável”, defendeu o gestor durante um pequeno almoço à margem da Web Summit.
“Podíamos ter feito as coisas de forma diferente em Matosinhos”, começou por admitir o CEO da Galp quando questionado pelos jornalistas sobre o facto de o encerramento da refinaria no norte do país, que obrigou ao despedimento coletivo de 401 trabalhadores. O tema entrou em força no debate político após o primeiro-ministro António Costa ter criticado a Galp durante a recente campanha eleitoral.
“A Galp perdeu 800 milhões de euros em Matosinhos nos últimos quinze anos. O fecho era inevitável”, disse Andy Brown.
“Lamentamos a destruição de postos de trabalho, embora numa transição haja também criação de novos empregos”, disse ainda.
A refinaria da Galp em Matosinhos encerrou as portas em abril deste ano. Andy Brown afirmou hoje que a Galp está a estudar a criação de um centro de inovação na antiga refinaria, aproveitando a “excelente localização” da unidade. “Estamos ainda a estudar o que pode ser feito naquele local mas será algo de que todos nos poderemos orgulhar”, defendeu.
Galp pede “parceria” com o Estado para reinventar Sines
Andy Brown defendeu que a refinaria de Sines corre o risco de seguir o mesmo caminho da de Matosinhos, se durante as próximas décadas não forem encontradas soluções no âmbito da transição energética em curso. E pediu uma “parceria” com o Estado para encontrar as melhores soluções.
“A transição energética vai exigir que todos trabalhem em conjunto. Vamos precisar de muita inovação e de novas ideias. Sines vai precisar de uma rápida transformação (…). Tudo isto tem de ser feito em parceria com o Estado”, disse Andy Brown.
“O Governo tem de trabalhar com empresas com a Galp para encontrar novas soluções”, acrescentou o CEO perante uma plateia que incluía gestores de empresas como a Bondalti e a Sociedade Central de Cervejas.
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