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CEO da Ryanair considera regras de distanciamento social “idiotas” na aviação comercial

“Não podemos ganhar dinheiro com 66% da ocupação”, disse o CEO da Ryanair, argumentando que voar com o lugar do meio do avião vazio “não oferece nenhum distanciamento social, pelo que é uma ideia idiota que não alcança nada de qualquer maneira”.
  • CEO da Ryanair, Michael O’Leary
23 Abril 2020, 10h41

O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, diz que a companhia aérea low-cost não vai operar com regras “idiotas” de distanciamento social, o que levaria a transportadora a voar com os lugares do meio vazios, caso o governo da Irlanda impuser restrições nesse sentido. O’Leary já tinha afirmado que bloquear os assentos do meio é “um absurdo”, a não ser que “o governo pague pelo lugar do meio”, disse em entrevista ao Financial Times, esta quinta-feira.

“Não podemos ganhar dinheiro com 66% da ocupação”, disse o CEO da Ryanair, argumentando que voar com o lugar do meio do avião vazio “não oferece nenhum distanciamento social, pelo que é uma ideia idiota que não alcança nada de qualquer maneira”.

Contudo, apesar da discordância do gestor da Ryanair, companhias aéreas como a Emirates ou a Delta Air Lines já anunciaram que aceitam implementar a medida governamental, de acordo com o Financial Times.

O governo de Leo Varadkar pretende que a transportadora aérea irlandesa remote 80% dos voos até setembro. Mas os planos governamentais estão dependentes do retomar das operações aéreas comerciais na Europa a partir de julho, com entre 50% a 60% dos aviaões a voar com todos os lugares ocupados.

De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, sigla anglo-saxónica), a indústria da aviação comercial deverá perder uma receita de 314 mil milhões de dólares, devido às restrições levantadas na aviação por causa da pandemia da Covid-19.

No início da semana, a IATA fez saber que quaisquer regras criadas para minimizar o contágio na aviação acabariam, temporariamente, com o modelo de negócio das viagens low-cost, uma área onde a Ryanair foi pioneira. Porquê? Porque, para cobrir o prejuízo dos lugares desocupados, as companhias aéreas low-cost seriam forçadas a aumentar os preços em 50%, sob pena de falirem.

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