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CEO da Ryanair: “Novas taxas são aberrantes num momento em que precisamos de novos pacotes de incentivos”

O CEO da Ryanair, Michael O’Leary durante o Webinar “Haverá retoma sem transporte aéreo?”, promovido pelo JE e pela consultora BDC, queixou-se das novas taxas que vão ser cobras aos passageiros de voos que cheguem a Portugal, aplicadas numa altura em que “precisamos de novos pacotes de incentivos que tornem os aeroportos portugueses mais atrativos”.
17 Dezembro 2020, 12h20

“A aviação será fundamental para a retoma da economia portuguesa. Sem o sector da aviação, não terão atividade económica, ou pelo menos faltará um grande apoio. Uma percentagem muito grande da economia portuguesa é conduzida pelo turismo e pelas receitas dos turistas”, comentou o CEO da Ryanair, Michael O’Leary durante o Webinar “Haverá retoma sem transporte aéreo?”, promovido pelo JE e pela consultora BDC.

O’Leary integrou o painel “Presente e futuro do setor”, moderado pelo diretor-adjunto do Jornal Económico, Shrikesh Laxmidas, em que participarem igualmente António Moura Portugal, advogado da DLAPIPER e diretor-executivo da RENA, Eugénio Fernandes, CEO da euroAtlantic Airways, Miguel Frasquilho, Chairman da TAP e José Luís Arnaut, Chairman da ANA – Aeroportos de Portugal.

No entanto, O’Leary manifesta-se apreensivo com as novas taxas que serão cobradas a cada passageiro que vá a Portugal em turismo ou em negócios, considerando que essas “taxas são aberrantes”.

“Com a atual crise, muitas atividades pararam, mas agora que as vacinas estão a chegar, garantindo um maior nível de segurança junto dos grupos com maior grau de risco, provavelmente a partir do final de março do ano que vem, há muitas mudanças que se perspetivam, sobretudo ao nível da provável retoma da atividade aeroportuária e dos fluxos turísticos que poderão voltar aos aeroportos no próximo verão. Os desafios que Portugal enfrenta e que aguardam resposta da parte da aviação portuguesa têm a ver com a eventualidade da retoma poder ser rápida e espetacular, ou, pelo contrário, ou se será lenta e ineficiente”, referiu o CEO da Ryanair.

“Sem perder tempo com expectativas que nos passam pela cabeça, se Portugal tiver uma recuperação muito rápida até setembro de 2021, que já apanhe o verão do próximo ano, pelo facto de terem aprovado novas taxas ambientais, Portugal estará a ser o único país europeu a propor um aumento das taxas numa altura em que a indústria turística precisa de recuperar, porque em nenhuma outra economia se debateu a necessidade de aumentar impostos aplicados ao visitantes e turistas no prazo dos próximos 12 meses”, sublinhou O’Leary.

“Essas taxas são aberrantes num momento em que precisamos de novos pacotes de incentivos que tornem os aeroportos portugueses mais atrativos. Quando os principais aeroportos estão a avaliar a introdução de descontos nos fees aplicados até ao inverno de 2021, aguardamos que a ANA e o Governo português avaliem essa necessidade”, afirmou o CEO da Ryanair.

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