CEO da TAP quer receber indemnização que pode chegar aos 3,5 milhões de euros

A SIC avançou este sábado que a ainda CEO da TAP já está a preparar o processo para dar entrada em tribunal assim que for oficializada a sua exoneração. Pedido de indemnização multiplica por sete o valor garantido por Alexandra Reis quando saiu da TAP para a NAV.

Christine Ourmières-Widener, presidente exonerada da TAP, já está a tratar do processo contra o Estado português e o pedido de indemnização poderá chegar aos 3,5 milhões de euros, de acordo com informação avançada este sábado pela SIC.

A ainda CEO da TAP terá o processo pronto para dar entrada na justiça até abril assim que a assembleia-geral da companhia aérea oficialize a decisão comunicada pelo Governo na semana passada.

Recorde-se que o contrato que ligava Christine Ourmières-Widener e a TAP apenas terminava em 2025, pelo que a ainda CEO deverá calcular a indemnização com base nos salários que terá para receber até esse período e ainda o bónus por ter executado o plano de reestruturação da empresa.

No início de fevereiro, o Jornal Económico revelou que o contrato de Christine Ourmières-Widener prevê um bónus de até três milhões de euros. Mas não chegou a ser ratificado em AG da TAP. O que significa que o contrato será inválido e o pagamento do bónus não será devido.

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Christine Ourmières-Widener recebe 500 mil euros por ano na TAP, pelo que só neste campo, o valor total a receber é de 1,5 milhões de euros. Quanto ao bónus, este está calculado em 80% dos salários brutos ao longo dos cinco anos, o que perfaz cerca de dois milhões de euros. No total, o valor que será exigido em tribunal pela CEO da TAP é de 3,5 milhões de euros.

A SIC também obteve uma reação não oficial do Governo nesta matéria e o tom é de despreocupação face a este dossier e aos montantes que devem ser pagos à CEO da TAP. Fonte do Executivo sublinha que “em caso nenhum haverá pagamento de verbas sequer próximas destes valores”, tendo em conta que “é hoje claro para todos que se aplica o estatuto do gestor público”.

Na semana anterior, João Galamba, ministro das Infraestruturas, pronunciou-se sobre a possibilidade do Governo ter de pagar indemnizações ou bónus aos dois gestores que vão deixar a administração da TAP. O governante garantiu que o acionista Estado “cumprirá a lei e será pago o que tiver que ser pago e não será pago aquilo que não tiver que ser pago”.

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