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CEO da Web Summit acusado de usar recursos da empresa para fins pessoais

Paddy Cosgrave é acusado por um antigo diretor e um dos cofundadores da Web Summit de ter canalizado recursos da empresa para fins próprios, incluindo instalações na sua casa pessoal ou perseguições a inimigos políticos, falando ainda numa postura de “intimidação”.
9 Novembro 2021, 15h45

O diretor executivo e um dos cofundadores da Web Summit, Paddy Cosgrave, está a ser acusado por um antigo diretor de uso inapropriado de fundos da empresa responsável pela maior conferência de tecnologia do mundo, bem como de intimidação de trabalhadores, noticiam o “Irish Times” e o “Independent” irlandês.

David Kelly, outro dos cofundadores da Web Summit e antigo acionista minoritário da empresa responsável pela sua organização, a Manders Terrace, acusa Cosgrave de ter canalizado fundos desta organização para a sua vida pessoal, incluindo a instalação da rede de internet num anexo da casa do atual CEO da empresa.

Acresce a esta queixa a questão das camisolas da conferência, que estavam à venda por 850 euros e haviam sido desenhadas pela esposa de Cosgrave. Esta decisão, argumenta Kelly, colocou a Web Summit sob uma atenção negativa e indesejável.

Além destas acusações, Kelly alega que foi vítima de pressões e intimidação enquanto acionista minoritário da empresa, apelidando o comportamento de Cosgrave como “manipulador” e “ameaçador”, falando mesmo em coerção e assédio que levaram a que a sua relação se tornasse “irremediavelmente tóxica”.

Kelly acusa ainda Cosgrave de canalizar recursos da empresa para “perseguir” de forma vingativa o antigo primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, bem como de tomar decisões sobre a Manders Terrace que tornaram a sua participação irrelevante. Kelly detém 12% da empresa através de uma outra organização, tendo-se demitido da posição de diretor da Web Summit em março do ano passado.

Outra das acusações ao atual CEO é que este decidiu doar, sem consultar os restantes membros do Conselho de Administração, um milhão de euros ao serviço nacional de saúde irlandês, após uma resposta a um tweet seu a criticar a estratégia sanitária irlandesa para conter a Covid-19.

David Kelly encontra-se acusado pela Manders Terrace por alegada quebra de confiança que teria resultado em perdas de 8,6 milhões de euros para a empresa. Kelly rejeita todas as acusações, pelo que ambos os processos seguirão agora o curso legal nos tribunais irlandeses.

Paddy Cosgrave também já reagiu às notícia, com o seu representante legal a garantir que irá disputar estas acusações em tribunal.

[notícia atualizada às 16h07]

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