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Certificação é fundamental para gerar confiança nos sistemas digitais, dizem especialistas

A conferência, transmitida esta terça-feira, 16 de novembro, contou com a participação de António Gameiro Marques, diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança (GNS); de Pedro Miguel Machado, Data Protection Officer do Grupo Ageas Portugal; e de Eduardo Antunes, diretor-executivo do Sector Público da Microsoft Portugal.
16 Novembro 2021, 11h30

A certificação de soluções tecnológicas é fundamental para criar confiança na utilização de serviços digitais, consideraram os participantes na conferência sobre “Confiança no Digital”, promovida pela Microsoft Portugal e de que o Jornal Económico foi media partner.

A conferência, transmitida esta terça-feira, 16 de novembro, contou com a participação de António Gameiro Marques, diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança (GNS); de Pedro Miguel Machado, Data Protection Officer do Grupo Ageas Portugal; e de Eduardo Antunes, diretor-executivo do Sector Público da Microsoft Portugal.

Os três oradores concordaram na importância da certificação e no papel que desempenha. “A confiança deriva, fundamentalmente, da literacia que temos, da informação que temos, mas há que ter a consciência de que o cidadão comum não vai ter uma capacidade técnica para verdadeiramente compreender a fundo [todas as questões técnicas]”, defendeu Pedro Miguel Machado. “Portanto, naturalmente, está depositada uma expectativa sobre supervisores, reguladores, indústria e prestadores de serviços, de que se organizem entre eles, exigindo o cumprimento de normas, do ponto de vista de requisitos técnicos e organizativos, e que possam garantir o tal selo de qualidade, de confiança, que, no fundo, é a certificação”, acrescentou.

“Creio que, do ponto de vista reputacional, é absolutamente fundamental”, disse.

Eduardo Antunes acrescenta que este é um elemento essencial para se concretizarem os processos de transformação digital. “Sem essa confiança, é difícil avançar e é difícil fazermos as transformações digitais”, disse.

A transição digital é um objetivo assumido pelo Governo, tendo sido objeto de um plano de ação específico, que tem como pilares a capacitação digital das pessoas, a transformação digital das empresas e a digitalização do Estado. É, também, um dos eixos do Plano de Recuperação e Resiliência, com uma dotação total de 2,46 mil milhões de euros, até 2025.

 

Investimento na confiança

“A confiança é um sentimento de segurança, não é algo que se imponha, é algo que se constrói, que se vai ganhando e que se ganha entre as pessoas”, referiu Antunes, apontando o investimento que a Microsoft faz, por causa disso, na certificação: “Nós apostamos e investimos bastante na certificação, porque acreditamos que o facto de existirem entidades terceiras, idóneas, que avaliam a qualidade daquilo que são as nossas soluções é fundamental para nós”.

“Temos mais de 90 certificações nas nossas infraestruturas cloud, internacionais, regionais, por indústria, estamos sempre com a constante ânsia de ter sempre as últimas certificações. A nível nacional temos, por exemplo, as certificações pelo gabinete nacional de segurança para as nossas duas clouds – Azzure e Office 365 – e orgulha-nos bastante ter sido a primeira entidade em Portugal a ter esta certificação nesta componente de cloud”, acrescentou.

Deu como exemplo da confiança a utilização que atualmente é feita do cartão do cidadão. “Hoje, quando utilizo o cartão de cidadão para assinar um determinado documento, faço-o porque tenho confiança, porque acredito, porque aquele certificado de assinatura foi certificado por uma entidade externa. Acredito e tenho confiança e quem recebe o documento assinado do outro lado também acredita, isto é que gera a confiança”.

Para António Gameiro Marques, a confiança depende do investimento que os agentes do mercado demonstrem fazer em segurança e apontou que, no futuro, as obrigações e as definições serão mais visíveis. “Eu ou qualquer cidadão, no futuro, quando formos comprar um serviço ou um equipamento conectável à internet, vamos ter explícito quão bom ele é na ligação à rede, quão resistente é a ataques em três níveis, através de um processo de certificação. E isso é promotor da confiança”.

“A confiança não é um bem ou um serviço, é uma perceção”, avisa.

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