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CGD estima distribuir 300 milhões de euros em dividendos este ano

“Se este ano dermos 300 milhões e somando os 200 milhões do ano passado, isso significa que devolvemos ao Estado 500 milhões dos 2.500 milhões de recapitalização”, disse o CEO da CGD.
31 Janeiro 2020, 19h01

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) estima distribuir 300 milhões de euros em dividendos ao Estado, dos resultados de 776 milhões obtidos em 2019.

Paulo Macedo explicou que o Banco Central Europeu (BCE) já só tem de validar os dividendos ao contrário do que acontecia anteriormente, quando o banco foi recapitalizado, onde o BCE tinha de autorizar previamente.

“Se este ano dermos 300 milhões e somando os 200 milhões do ano passado, isso significa que devolvemos ao Estado 500 milhões dos 2.500 milhões de recapitalização”, disse o CEO da CGD.

Paulo Macedo anunciou ainda que quer reembolsar antecipadamente a emissão de 500 milhões de euros de AT1 (additional tier 1), que foi feita em 2017, ao prazo mínimo de cinco anos a uns juros altíssimos, de 10,75%. Essa foi a taxa que o mercado exigiu à CGD depois de 6 anos de prejuízos, explicou o banqueiro.

O banco só pode reembolsar essa emissão em 2022, e nessa altura terá de pedir ao BCE autorização. Se for autorizada a CGD poderá emitir nova dívida da mesma categoria, mas aos juros da altura, que se estima sejam mais baixos, referiu o CFO da Caixa.

Criar valor para o banco é outra prioridade de Paulo Macedo. O CEO explicou que desde dezembro de 2016 a dezembro de 2019 foi criado 1.068 milhões de euros (somatório dos dividendos e aumento da situação líquida), valor líquido das contribuições para o Fundo de Pensões de 560 milhões. “Se não houver disrupções, entre o valor gerado, os dividendos, o reembolso da emissão AT1, estaremos em condições de devolver 2.000 milhões ao Estado em cinco anos”, disse.

O banco apresentou uma rentabilidade dos capitais próprios de 8,1% e teve 776 milhões de lucro, mais 57% tendo o resultado recorrente subido 27% para 632 milhões. Este incorpora um resultado não recorrente de 143,5 milhões devido à libertação de provisões relacionadas com o valor da venda do banco em Espanha a um price-to-book maior do que o estimado.

As grandes novidades dos resultados foram a reversão de imparidades e o custo do risco negativo.

O banco, por conta das taxas de juro negativas, teve um desvio atuarial que originou contribuições para o Fundo de Pensões de 301,1 milhões de euros. A CGD anunciou ainda na apresentação de resultados anuais que não obteve receitas à custa da venda de dívida pública, apesar da queda dos juros. Os resultados de operações financeiras atingiram os 82,5 milhões de euros, mais 173,3% do que em 2018.

No que toca ao “Luanda Leaks”, e a CGD foi dos grandes financiadores da empresária angolana Isabel dos Santos, o banco está a avaliar os emprestimos vivos e se há alguma alteração às circunstâncias que impactem na capacidade de pagar os créditos, ou se há alguma alteração ao valor dos colaterais. Sobre os rastreio dos movimentos financeiros, a CGD já avaliou e não encontrou irregularidades.

A CGD está envolvida com Isabel dos Santos nas empresas portuguesas Galp, Efacec, NOS, disse ainda Paulo Macedo.

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