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CGD responde à greve: “Tabela de remuneração da Caixa é muito superior à dos bancos concorrentes” (com áudio)

A CGD destacou em comunicado que tem maior tabela salarial e os maiores encargos com o Fundo de Pensões, “com condições únicas no país”, em resposta à greve de hoje dos trabalhadores convocada pelo sindicato STEC.
30 Dezembro 2021, 10h48

A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) fez hoje de manhã na sede do banco em Lisboa um primeiro balanço do primeiro de dois dias de greve do STEC que hoje decorre no banco do Estado. Desde logo lembrou que a “tabela de remuneração da Caixa é muito superior à dos bancos concorrentes”.

O banco liderado por Paulo Macedo, em resposta às reivindicações dos trabalhadores, disse que a massa salarial da Caixa Geral de Depósitos teve aumento em 2021 superior a 1,1% e que “com a atual proposta da Caixa para tabela salarial, o aumento ficará em 1,5%”.

A CGD “tem uma tabela de remunerações muito acima dos restantes bancos com quem concorre (mais de 19%), praticando uma remuneração média para colaboradores em funções diretivas de 5.715 euros e funções não diretivas de 2.353 euros”, refere o banco acrescentando que a pensão média é de de 2.118 euros.

“Em 2020, a Caixa foi o primeiro banco a fechar a negociação da tabela salarial com os sindicatos, logo em janeiro”, lembra o banco.

A Caixa “lamenta a decisão do Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), ao contrário dos demais sindicatos da banca, de avançar para a greve em pleno processo de negociação de revisão salarial”, começa por dizer o banco em comunicado .

“A Caixa comprometeu-se com os sindicatos a apresentar uma proposta, o que efetivamente fez. Apesar da falta de acordo, as negociações continuam à semelhança dos restantes bancos”, diz o banco na mesma nota.

Além da revisão da tabela, a CGD propõe também “uma atualização dos valores das cláusulas de expressão pecuniária, mesmo sendo já as mais altas da banca”.

“Destaca-se o subsídio de alimentação (11,32 euros/dia), superior em 16,5% ao da banca (que é de 9,72 a 9,75 euros/dia) e o valor do Subsídio Infantil que é, em média, superior em 120% ao valor do praticado em toda a banca”, refere o banco liderado por Paulo Macedo e que tem já António Farinha de Morais como Chairman.

Ainda assim, avança a CGD, “a administração apresentou uma proposta de aumento no subsídio de apoio ao nascimento (+1,9%) que passará para 800 euros”.

“Apesar de na Caixa o subsídio ao Trabalhador-Estudante ser 5,63% mais elevado que a média da banca, a proposta aumenta o seu valor em 4,7%. A proposta prevê o aumento do apoio ao estudo dos filhos até ao 12º ano, que já é 6,56% mais alto que a média da banca e também um aumento de 2,55% no subsídio de apoio ao estudo para o ensino superior”, detalha a instituição em comunicado.

A CGD lembra que “o trabalho, o mérito, o empenho e a dedicação dos seus trabalhadores tem tido reconhecimento” pois “cerca de 1.350 colaboradores foram promovidos em 2021 e vão ser realizadas 802 promoções no 1º trimestre de 2022”. Para além de que “cerca de 82% dos colaboradores tiveram prémios desempenho e potencial em 2021”.

O banco considera ainda que “a greve é um direito que assiste a todos os trabalhadores, mas não deve ser banalizado, nem ser uma desvantagem competitiva face aos concorrentes”.

“Como banco português e de capitais públicos, cumpre-lhe assegurar que tem a solidez financeira para enfrentar os desafios futuros, mas também para prosseguir a missão de devolver os montantes que os portugueses e investidores que lhe confiaram quando da recapitalização de 2017”, conclui o banco.

O sindicato enviou um comunicado às redações a dar conta do “sucesso da greve”. Segundo o STEC “centenas de Agências estão encerradas, muitas outras estão abertas, mas de porta fechada, apenas com a Gerência, sem efetuar operações e só para serem estatisticamente contabilizadas como operacionais, descorando-se por completo todos os procedimentos internos de segurança, outras ainda, estão a funcionar com base em estagiários que não podem fazer Greve”.

O sindicato acusa a administração da CGD de “tentar por todas as formas, minimizar e deturpar a real dimensão desta Greve, impossibilitando a adesão dos trabalhadores que, estando de férias, manifestaram vontade de aderir à mesma, ameaçando com um hipotético prejuízo para a carreira profissional dos trabalhadores caso fizessem Greve e previsivelmente subvalorizando e desvirtuando o verdadeiro número de aderentes”.

A justificar a greve o sindicato diz que está “a forma sobranceira, intransigente e desrespeitosa como estão a ser tratados relativamente à revisão da Tabela Salarial, ao trabalho suplementar não pago e ao Assédio que sobre eles recai e que se reveste de várias formas”.

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