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CGTP exige a Governo e a patrões já este ano: aumento de 90 euros para todos os trabalhadores e subida do salário mínimo para 800 euros

A subida do nível de vida e o seu impacto nas famílias foi a grande preocupação da CGTP durante a celebração do Dia do Trabalhador.
1 Maio 2022, 16h43

A CGTP saiu à rua no Dia do Trabalhador focada no subida do nível de vida. A subida dos preços devido à inflação e às consequências da invasão russa da Ucrânia e o seu impacto nos preços das matérias-primas estiveram na mira da central sindical.

“Devido a esta situação extraordinária, exigimos o aumento dos salários de todos os trabalhadores em 90 euros em 2022. O aumento extraordinário dos salários atualizados, mas cuja revisão já foi absorvida pela inflação; o aumento extraordinário do salario mínimo nos 800 euros a partir de 1 de julho de 2022; aumento extraordinário para todas as pensões e reformas num mínimo de 20 euros”, disse hoje a secretária-geral da CGTP em discurso na Alameda dom Afonso Henriques em Lisboa.

“Para uma situação extraordinária, exigem-se medidas extraordinárias. O aumento dos salários já era uma emergência nacional, mas a evolução da situação económica e social, torna esta exigência uma questão central”, afirmou Isabel Camarinha no seu discurso habitual no primeiro de maio.

“Com o aumento dos preços nos primeiros meses, os salários e as reformas já foram comidos em 7%. Um trabalhador com um salário de 800 euros já baixou para 744 euros, perdeu 56 euros. Perdeu-os agora e é agora que o poder de compra tem de ser reposto, e não no ano que vem ou no dia de são nunca à tarde”, acrescentou.

“O custo de vida aumenta, aumentam os preços dos combustíveis, da habitação, da comida, do vestuário, do gás e da eletricidade, aumenta tudo aquilo que necessitamos para viver e o governo não age para travar os que especulam e ainda quer ir ao bolso de quem trabalha, usando a inflação para desvalorizar ainda mais os salários”, segundo a líder da central sindical nacional.

Isabel Camarinha destacou que “aumentar todos os salários em 90 euros” serve para “garantir uma vida digna, para que as necessidades dos trabalhadores e das suas famílias sejam satisfeitas”.

“Tomem medidas sobre controle de preços, façam os estudos que quiserem sobre a inflação, mas precisamos de uma resposta imediata”, defendeu, com a audiência a gritar “a luta continua” ou “CGTP, unidade sindical”.

Esta foi a primeira celebração do Dia do Trabalhador sem restrições nos últimos dois anos devido à pandemia da Covid-19. A CGTP nunca deixou de assinalar o Dia do Trabalhador na Alameda Dom Afonso Henriques durante a pandemia, o que causou grande polémica na altura.

“Lembramos a denúncia que fazemos há dois anos: houve quem se aproveitasse da pandemia para engordar lucros enquanto os trabalhadores viam os seus salários reduzidos. Os que tentavam anestesiar os trabalhadores com a ladainha de ‘estamos todos no mesmo barco’, no ano passado lucraram milhares de milhões de euros, acumularam mais riqueza e ainda receberam apoios do Governo, ao mesmo tempo que aumentou a pobreza. Os apoios que faltaram as famílias, nao faltaram aos grandes grupos económicos”, recordou.

“Se o Governo está preocupado com o aumento da inflação, porque se recusa a impor medidas que conduzam à fixação de preços máximos nos combustíveis e onde impera a especulação? Especulação praticada pelo grande capital, que se aproveita da presente situação para acumular mais e mais à custa dos trabalhadores e do desenvolvimento do país. Um comportamento que traz à memória os “vampiros” que Zeca Afonso cantou. Num momento em que alastra o empobrecimento, é vergonhoso ouvir um alto responsável da Galp afirmar o quanto estão a ganhar com a asfixia que provocam nas nossas vidas e no desenvolvimento do país”, destacou a sindicalista.

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