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Chairman da ANA avisa que economia não vai recuperar sem o contributo da aviação

José Luís Arnaut indicou, durante um webinar organizado pelo Jornal Económico e pela BDC, que o turismo representa 15% do PIB português e que a aviação comercial representa 96% do turismo. “Se haverá retoma sem transporte aéreo? Claramente que não”, garantiu.
17 Dezembro 2020, 12h35

O chairman da ANA – Aeroportos de Portugal, José Luís Arnaut, alertou esta quinta-feira que a economia nacional não vai recuperar da crise provocada pela pandemia da Covid-19 sem o contributo da aviação comercial, que “representa 96% do turismo em Portugal”. Por isso, o antigo membro dos governos de Durão Barroso e Santana Lopes opõe-se à criação da taxa de carbono de dois euros sobre os passageiros de viagens aéreas.

“Se haverá retoma sem transporte aéreo? Claramente que não haverá retoma sem transporte aéreo, porque representa 96% do turismo em Portugal. O turismo representa 15% do nosso PIB e sem o crescimento do turismo não haverá retoma”, começou por afirmar José Luís Arnaut, na sua intervenção no webinar ‘Haverá retoma sem transporte aéreo?’, organizado e promovido pelo Jornal Económico em parceria com a agência BDC.

O presidente da ANA recordou que nos anos da última crise económica, sobretudo em 2008 e 2012, o turismo foi um “fator determinante” de retoma económica. Agora, tal como na última crise, Arnaut diz que a retoma vai depender da recuperação do turismo e para isso tem de haver transportes aéreos. “E para haver transportes aéreos tem de haver infraestruturas aeroportuárias”, acrescentou.

Nesse sentido, é incompreensível que a proposta do PAN para a criação de uma taxa de carbono de 20% sobre as viagens aéreas, marítimas ou fluviais tenha sido aprovado com os votos do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda, sublinhou. “Trata-se de um acréscimo de dois euros ao custo de cada viagem e que será cobrada aos passageiros. A medida foi inscrita no Orçamento do Estado para 2021”.

“No momento de adversidade, em que se sabe que o turismo é um fator essencial de retoma, como é que é possível aplicar-se uma taxa que implica um aumento de 20% a cada passageiro? Querem matar o turismo? Qual é a responsabilidade quando o PS, o BE e o PAN aprovam esta iniciativa?”, interrogou-se.

O chairman da ANA asseverou que “nenhum país que não depende do turismo tomou esta medida” e lembrou que a gestora aeroportuária já tinha aplicado uma “baixa das taxas de 70%”. “Quando as taxas baixam por parte da iniciativa do gestor aeroportuário vem o Estado criar uma taxa de 20% (dois euros por passageiro )”, criticou.

“Faço um apelo para que haja responsabilidade e que se considere medidas de incentivo ao turismo. Não é só moratórias e bazucas, é preciso haver responsabilidade”, concluiu.

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