Depois de vários dias de cheias no Texas e dezenas de mortes confirmadas, provocados pelo furacão Harvey, a publicação satírica Charlie Hebdo não deixou passar o desastre natural neste estado para fazer alusão à polémica dos neo-nazis norte-americanos.
A partilha da capa na página oficial foi feita há 17 horas e conta já com mais de 12 mil likes, quatro mil partilhas e muitos comentários.
Recentemente, em Charlottesville, Estado da Virgínia, confrontos com supremacistas brancos fizeram uma vítima mortal e cerca de 20 feridos.
Charlottesville foi o local escolhido para uma das maiores manifestações por parte da extrema-direita norte-americana, convocada pelo partido neonazi e outros grupos de extrema-direita para mostrar o seu descontentamento com a decisão de a cidade retirar de um parque uma estátua de Robert E. Lee, o líder do movimento secessionista que haveria de levar à guerra civil norte-americana no século XIX.
Centenas de jovens brancos, com proteções, armas de estilo militar e sprays químicos participaram na manifestação, marchando para o centro da cidade, onde encontraram contra manifestantes, daqui resultando vários confrontos, o que levou o Governador do Estado, Terry McAuliffe, a declarar os Estado de Emergência na cidade, cancelando, assim, a manifestação.
A publicação foi alvo de um ataque em janeiro de 2015, como forma de protesto contra a revista. O massacre resultou na morte de 12 pessoas, entre as quais Charb, Cabu, Honoré, Tignous, e Wolinski – cartoonistas da publicação.
Depois deste ataque, a liberdade de expressão e os seus limites liderou a agenda internacional. As decisões editoriais dividem sempre opiniões e a última capa não foi exceção.
“Parabéns pelo cliché. E o que dizer em relação a todos aqueles que não são “neo-nazis” e perderam as suas casas (na melhor das hipóteses)? Rir de tudo significa perder toda compaixão?”, escreve uma utilizadora na publicação.
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