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‘Chef’ Alexandre Silva foi nomeado ‘Chefe de Cozinha do Ano 2021’

O prémio foi atribuído pela redação da ‘Revista de Vinhos’ e é justificado, pela “resiliência”, “consistência”, “criatividade” e “trabalho” desenvolvidos pelo ‘chef’ ao longo do ano passado.
11 Fevereiro 2022, 16h09

O ‘chef’ Alexandre Silva, proprietário dos restaurantes Fogo e Loco (1* Michelin), em Lisboa, foi distinguido com o prémio ‘Chefe de Cozinha do Ano 2021’, atribuído pela ‘Revista de Vinhos’.

A entrega de prémios ocorreu na passada semana, no Porto, e elegeu os principais protagonistas de 2021, segundo os critérios da redacção desta publicação.

“Como argumentos para esta distinção, a ‘Revista de Vinhos’ invoca a consistência de Alexandre Silva como ‘chef’ ao longo de dez anos, que une a um espírito inquieto que nunca se acomoda, e que pode ser vista e provada nos dois espaços que tem em nome próprio: o Loco, com 1* Michelin, e o Fogo”, esclarece um comunicado da organização.

Os responsáveis da ‘Revista de Vinhos’ justificam que “planear a abertura de um restaurante de ‘fine dining’ com apenas 20 lugares, num período em que se ouvia falar mais da ‘troika’ do que do ‘boom’ de turismo (ou dos novos exilados fiscais), parecia algo vindo da cabeça de um alucinado”.

“Porém, Alexandre Silva não só concretizou o seu plano, sem investidores por detrás, como conseguiu a proeza de alcançar uma estrela Michelin – que mantém até hoje – antes de completar um ano de existência. Esse feito alcançado pelo Loco, em Lisboa, um restaurante de mesas nuas, com uma cozinha experimental e um menu com alterações regulares, foi muito importante, porque marcou uma certa abertura num guia sempre visto como muito conservador em relação a Portugal”, assinala a redação da ‘Revista de Vinhos’.

O mesmo comunicado acrescenta que, “pela resiliência e trabalho apresentado ao longo do ano de 2021, pela criatividade sempre presente na criação das suas cartas, e pela constante defesa dos produtos portugueses e da sua excelência, a ‘Revista de Vinhos’ entendeu que o ‘chef’ Alexandre Silva foi o representante do sector da gastronomia no nosso país que mais se destacou”.

“Para mim, enquanto ‘chef’ de duas equipas em dois restaurantes, é sempre uma honra grande ver o nosso trabalho reconhecido”, considera o ‘chef’ Alexandre Silva.

O ‘chef’ agora distinguido promete que “vamos continuar a fazer aquilo em que acreditamos, e a criar pratos e experiências gastronómicas que fiquem na memória das pessoas e que as façam pensar”.

O ‘chef’ Alexandre Silva é natural da aldeia de Abrigada, Alenquer.

Foi apenas aos 18 anos que Alexandre Silva enveredou pela área da gastronomia.

Estudou Cozinha, Pastelaria e Gestão de F&B [Food & Beverages] na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, e Gastronomia Molecular no Instituto Superior de Agronomia, e ‘estreou-se’ como ‘chef’-executivo do restaurante Bocca, em Lisboa.

Ganhou visibilidade junto do público no programa Top Chef, da RTP, que venceu em 2012, e lhe garantiu uma temporada no restaurante El Celler de Can Roca, em Espanha.

Nesse mesmo ano, mudou-se para o Alentejo, onde foi ‘chef’-executivo do Alentejo Marmóris Hotel & Spa e estreitou contacto com produtores e novos produtos do campo.

Em 2013, regressa a Lisboa com o desafio de chefiar o restaurante Bica do Sapato, um dos mais conceituados da capital.

Um ano mais tarde, decide criar a sua própria empresa. Inaugurou o espaço Alexandre Silva no Time Out Market e, em 2015, decidiu dar um passo importante: abrir o restaurante Loco, um projecto ousado e criativo, com poucos lugares (24), que se assumia como um ‘fine-dining’ disruptivo. Aí, desenvolveu um projecto interno de I&D – Investigação e Desenvolvimento, experimentando novas técnicas, novos produtos e produzindo novas criações.

Oito meses após a abertura do Loco, conquistou a 1ª estrela Michelin, que conserva até hoje, seis anos volvidos. Pelo caminho, ganhou várias outras distinções, como o Garfo de Ouro do Guia Boa Cama Boa Mesa do jornal ‘Expresso’ (2016), Garfo de Platina (2017) e Chef do Ano (2017), da mesma entidade.

“Quando o Loco se tornou estável, sentiu ser o momento de conceber um novo projeto, o Fogo. O Fogo, que envolveu um investimento empresarial três vezes maior que o do Loco, com 60 lugares sentados, abriu portas em dezembro de 2019, escassos três meses antes de o mundo se fechar em casa. Dividido em cinco secções – forno a lenha, potes de ferro, ‘robata’ (grelhador), padaria e pastelaria, e frios/fumeiro, continua a surpreender o público”, conclui o comunicado em questão.

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