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Cheias no Mondego: Ambiente estranha declarações do presidente da CAP sobre cheias no Mondego

Presidente da CAP disse que se não chover mais, vai faltar água no Mondego no próximo verão. Ministério liderado por João Pedro Matos Fernandes reage, dizendo que baixo caudal é intencional para garantir a segurança das pessoas.
  • Tiago Petinga/Lusa
24 Janeiro 2020, 19h16

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática acaba de emitir um comunicado oficial a estranhar as declarações do presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa.

“Neste momento, depois de ter havido a cheia que houve [no final de 2019], já não há águia suficiente na barragem [da Aguieira] para assegurar o abastecimento aos três setores de atividade que recebem água durante o próximo verão. Se não vier mais chuva, a água que está nas barragens não é suficiente”, disse hoje, dia 24 de janeiro, o presidente da CAP, em Montemor-o-Velho, em declarações aos jornalistas.

No entender de Eduardo Oliveira e Sousa, se não chover, vai faltar água no Mondego durante o próximo verão para a agricultura, abastecimento público e indústria.

Em reação oficial, o Ministério do Ambiente garante que “as cheias que atingiram o Baixo Mondego entre 19 a 22 de dezembro de 2019, apesar da recuperação dos diques que ruíram, deixaram mais frágil o Sistema Hidráulico do Baixo Mondego”, admitindo que, “assim, é necessário garantir que o caudal de 700 metros cúbicos/segundo não é ultrapassado na ponte do Açude em Coimbra”.

“Porque as afluências no Rio Ceira não são controláveis, a única forma de garantir que no caso de chuva intensa se consegue evitar a ocorrência de cheias é preservando a capacidade de encaixe nas albufeiras de Fronhas e Aguieira”, assinala o referido comunicado.

O ministério liderado por Pedro Matos Fernandes justifica ainda que “o facto de estas albufeiras terem níveis de água abaixo do normal para a época é intencional, e apresenta-se como a melhor medida de gestão para a segurança de pessoas e bens no Baixo Mondego”.

“Só com a conclusão das obras definitivas (Resolução do Conselho de Ministros sobre o Plano de Ação Mondego Mais Seguro), se poderão atingir as cotas normais nas referidas albufeiras”, garante o comunicado do Ministério do Ambiente.

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