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China ameaça “vingança” no caso de Trump reatar relações com Taiwan

A ameaça do Governo chinês surge horas depois da presidente taiwanesa ter feito escala em Houston e ter encetado contactos diretos com alguns altos responsáveis do Partido Republicano.
  • REUTERS/Shannon Stapleton
9 Janeiro 2017, 15h15

A menos de duas semanas para a tomada de posse de Donald Trump, a China deixa o alerta de que se o futuro presidente norte-americano tentar uma nova aproximação política a Taiwan, o governo chinês vai agir e “não haverá espaço para negociação”.

“Se Trump renegar o princípio de uma só China depois de assumir o cargo, o povo chinês vai exigir ao governo que se vingue”, pode ler-se no editorial do jornal Global Times. A publicação, que é controlada pelo Estado, acrescenta que este não se trata de um “pedido caprichoso” aos Estados Unidos, mas “uma obrigação dos presidentes dos EUA para manter as relações bilaterais, para respeitar a ordem existente na [região da] Ásia-Pacífico”.

A ameaça surge horas depois de a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, ter feito escala em Houston, durante uma visita à América Central – Honduras, Nicarágua, Guatemala e El Salvador –, e ter aproveitado para fazer contactos diretos com alguns altos responsáveis do Partido Republicano, como o senador Ted Cruz e o governador do Texas, Greg Abbott.

A 8 de novembro as tensões entre Pequim e Washington adensaram-se depois de um polémico telefonema entre a líder taiwanesa e Donald Trump, pondo fim ao corte das relações diplomáticas com a ilha que durava há mais de 35 anos, altura em que o presidente Jimmy Carter passou a reconhecer Pequim ao invés de Taipé como governante legítimo da China.

A ilha declara-se independente e soberana, mas Pequim tem uma opinião diferente, considerando-a uma “província rebelde” e parte do seu território. Atualmente a ilha tem apenas 21 aliados diplomáticos, vários deles na América Central, para onde se dirigia Tsai Ing-wen. Nos últimos tempos, a China tem procurado pressionar Taiwan através do estabelecimento de relações diplomáticas com países que anteriormente reconheciam Taiwan. O caso mais recente foi o de São Tomé e Príncipe.

A China defende a “reunificação pacífica” com Taiwan, o chamado consenso de 1992, que prevê a ideia de “uma só China”, mas adverte que “usará a força”, no caso de a ilha ousar declarar a independência.

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