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China começa ano sob manto de poluição com níveis 24 vezes acima do recomendado

A China voltou a acordar envolta num manto de gases tóxicos no primeiro dia do ano. Dezenas de milhares de pessoas foram aconselhadas a permanecer em casa.
  • REUTERS/Stringer
2 Janeiro 2017, 17h08

O primeiro dia do ano na China ficou marcado pelo regresso de um espesso manto de gases tóxicos resultante dos elevados níveis de poluição, que, desta vez, ultrapassaram 24 vezes os níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que obrigou ao encerramento de várias estradas e ao cancelamento de voos.

O alerta laranja (o segundo mais alto numa escala de quatro) foi acionado na sexta-feira e deve manter-se até pelo menos à madrugada de quinta-feira, dia 5, devido ao elevado número de micropartículas poluentes presentes no ar e que se podem fixar no fundo dos pulmões ou mesmo entrar na corrente sanguínea, referiu o diário britânico The Guardian.

As previsões apontam para um adensar da camada de poluição entre esta terça e quarta-feira. No domingo, o smog intenso obrigou ao cancelamento de 309 voos e ao encerramento de todas as autoestradas na cidade portuária de Tianjin (no leste de Pequim).

As atividades escolares ao ar livre foram canceladas e as fábricas e estaleiros mais poluentes foram obrigados a interromper a produção. Os carros devem circular em dias alternados, conforme o número da matrícula, o que está a gerar problemas de congestionamento no trânsito, depois das comemorações do ano novo. Um pouco por todo o país, a população foi aconselhada a não sair de casa, especialmente crianças e idosos.

Recorde-se que no passado dia 15 de dezembro a China foi atingida pela maior vaga de poluição do ano. Dezenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas, depois de ter sido decretado o alerta vermelho em várias regiões no leste do país.

Numa altura em que a China anuncia planos para aumentar a produção de carvão para 3,9 mil milhões de toneladas até 2020, um estudo de uma organização ambiental revela que a poluição atmosférica está ligada a pelo menos um milhão de mortes por ano e que a esperança média de vida para a população residente em áreas afetadas é de menos cinco anos e meio do que as restantes.

A China é o país com o maior número de mortes associadas à poluição atmosférica extrema. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2012 morreram cerca de 1 milhão de pessoas devido a este fenómeno.

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