[weglot_switcher]

China enfrenta risco de aumento de insolvências em 2017

Mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución sobre a Ásia-Pacífico diz que a quebra da procura na China está a retardar o crescimento de mercados como a Coreia do Sul, Malásia, Tailândia, Singapura ou Taiwan.
31 Janeiro 2017, 17h42

A atual desaceleração económica provocou na China um aumento de faturas vencidas e empresas que solicitam prazos de pagamento mais amplos, uma tendência que a Crédito y Caución perspectiva continuar, sinalizando um aumento de insolvências em 2017.

A companhia de seguros de crédito prevê que “aumentem ainda mais as insolvências, após o aumento substancial registado em 2016, já que o excesso de capacidade e a dívida elevada continuam a ser um problema para muitos setores”.  O alerta consta do mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución, centrado na análise das economias da Ásia-Pacífico,

Em relação à China, o relatório recomenda precaução com as pequenas e médias empresas privadas devido às suas dificuldades de aceso a financiamento.

A Crédito y Caución recorda que a China é o principal parceiro comercial da Coreia do Sul, pelo que “a queda da sua procura interna está a afetar o PIB coreano”, cujo modelo económico, frisa, se baseia na exportação e os chaebols coreanos (termo coreano que define um conglomerado de empresas em torno de uma empresa-mãe, normalmente controladas por famílias, tais como Samsung, Hyundai e LG). Estes modelos económicos, segundo a Crédit y Caución, “já não são capazes de proporcionar empregos suficientes e crescimento do poder aquisitivo”.

De acordo com o relatório, a diminuição da procura na China está a abrandar o crescimento de outros mercados. É o caso da Malásia, diz a Crédito y Caución, salientando que está ”muito vulnerável ao debilitar do apetite dos investidores pelos mercados emergentes, da Tailândia ou da cidade Estado de Singapura, nó logístico e financeiro cuja estratégia de longo prazo, que está a começar a dar os seus frutos no setor biomédico, está centrada no fortalecimento da indústria de alta tecnologia”.

O relatório da companhia de seguros de crédito conclui que as empresas taiwanesas sofrem não só com a diminuição da procura chinesa, como com a crescente capacidade das indústrias vizinhas do continente para ascender na cadeia de valor tecnológico em setores chave como os semicondutores.

“Para competir com a China, Taiwan vê-se forçado a procurar novas alternativas de alto valor acrescentado a médio e longo prazo”.

Crescimento robusto na Índia

Já quanto à outra grande economia da região, a Índia, a Crédito y Caución  destaca que “irá manter um crescimento robusto de perto de 7,5% em 2017”. Um dos poucos riscos assinalados pelo relatório neste mercado refere-se  ao elevado grau de endividamento externo de algumas empresas indianas. ”Por agora a situação parece estável mas num cenário adverso, com alterações nos fluxos de capital, aumento das taxas de juros globais ou uma forte depreciação da Rupia estas empresas poderiam enfrentar grandes problemas”, acrescenta.

Na Indonésia, onde as bases da economia também são consideradas sólidas, o setor privado apresenta riscos muito similares. Segundo a Crédito y Caución, “a dívida externa das empresas mais do que duplicou desde 2010 e atualmente ascende a mais de 70% das exportações totais, a percentagem mais elevada em todo o mundo.”

Também as Filipinas, segundo o relatório, terão “um bom desempenho” devido ao aumento dos gastos públicos em projetos de infraestruturas e ao “forte crescimento da classe média que sustenta o consumo privado”.

Na Ásia, os produtos chineses estão a ser substituídos por produtos mais baratos de origem vietnamita, o que permite prever um crescimento de 6% em 2017 nesta economia. No entanto, segundo o relatório, o Vietname apresenta “algumas vulnerabilidades”. É aqui destacada a desaceleração da Ásia, destino de 50% das suas exportações. E também o facto de  o Vietname ser um dos principais beneficiários do Acordo de Associação Transpacífico (TPP), liderado pelos Estados Unidos. Por último, conclui a Crédito y Caución, as empresas estrangeiras controlam cerca de 70% das exportações do Vietname, o que faz com que a economia seja vulnerável à procura de mão-de-obra mais barata noutros mercados.

Na análise ao Japão, o relatório realça que “enfrenta outros desafios importantes, próprios das economias desenvolvidas, como uma elevada divida pública (230% do PIB) ou a redução da população”. São aqui salientados os desafios inerentes ara a sustentabilidade do sistema de pensões, e o facto de  muitas empresas enfrentarem dificuldades de falta de mão-de-obra, o que está a elevar os custos laborais e a prejudicar a competitividade internacional do país.

 

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.