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China acusa EUA de pagar a atletas para “sabotarem” Jogos Olímpicos de Inverno

As alegações chegam a menos de uma semana do início dos JOI, numa altura particularmente sensível entre as duas superpotências, que já motivou um boicote diplomático ao evento pelos Estados Unidos, ao qual vários outros países se juntaram.
29 Janeiro 2022, 16h24

O ministério das Relações Exteriores da China acusou os Estados Unidos de planearem interferir e “sabotar” os Jogos Olímpicos de Inverno (JOI) em Pequim, pagando a atletas de alguns países para fazerem esforços tímidos na competição e criticarem a China, avança a “Reuters”.

As alegações chegam a menos de uma semana do início dos JOI, numa altura particularmente sensível entre as duas superpotências, que já motivou um boicote diplomático ao evento pelos Estados Unidos, ao qual vários outros países se juntaram.

Questionada sobre as alegações chinesas, a embaixada dos EUA em Pequim reiterou no sábado uma posição anterior de que Washington não estaria a coordenar uma campanha global sobre a participação nos JOI.

O “China Daily”, jornal de língua inglesa dirigido pelo departamento de publicidade do partido comunista chinês, citou “fontes não identificadas” que acusam os Estados Unidos de ter um plano para “incitar atletas de vários países a expressarem o seu descontentamento em relação à China, atuar passivamente na competição e, até, recusarem-se a participar”. Em troca, Washington forneceria uma grande compensação e “mobilizaria recursos globais” para ajudar a proteger a reputação dos atletas que optarem por competir passivamente.

Questionado se o ministério das Relações Exteriores chinês acredita que a alegação é válida. Um porta-voz do ministério disse à “Reuters” este sábado, 29 de janeiro, que o relatório “expôs a real intenção de alguns norte-americanos de politizar o desporto e sabotar e interferir nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim”.

O porta-voz disse que condenou veementemente as tentativas de alguns norte-americanos de “comprarem” atletas e “causarem problemas” durante os JOI, acrescentando que essas tentativas estão “condenadas ao fracasso”.

Por sua vez, um porta-voz da embaixada dos EUA disse que “não estávamos e não estamos a coordenar uma campanha global sobre a participação nos JOI”.

“Os atletas dos EUA têm o direito de se expressar livremente de acordo com o espírito e as regras dos Jogos, o que inclui o avanço dos direitos humanos”, disse o porta-voz.

Os Estados Unidos anunciaram em dezembro um boicote diplomático aos Jogos devido ao que apelidaram de “atrocidades” aos direitos humanos na China, uma medida que foi seguida pelos aliados Austrália, Reino Unido e Canadá, mas que não impede que atletas norte-americanos viajem a Pequim para competir.

A China rejeitou as alegações de abuso dos direitos humanos e tem vindo a criticar repetidamente a politização dos Jogos.

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