A gigante do eCommerce Alibaba anunciou esta quarta-feira que está a construir um produto rival ao ChatGPT, avançou a estação televisiva CNBC. A empresa chinesa é mais uma a juntar-se à corrida desenfreada das Big Tech. A meta final? O mais recente Santo Graal da Inteligência Artificial (IA) – o chatbot. Mas não um chatbot qualquer.
Um porta-voz da empresa confirmou que a tecnologia ao estilo do ChatGPT já está a ser testada internamente. Após a confirmação, a Alibaba viu as suas ações dispararem 3% na negociação antes da abertura dos mercados norte-americanos.
A jogada surge em linha com aquela que tem sido a estratégia de outras Big Tech, que têm apostado (e investido) fortemente em soluções semelhantes, já que a Microsoft se adiantou às demais e enterrou a bandeira de forma bem firme no novo território, com nem mais nem menos do que dez mil milhões de dólares em financiamento à OpenAI, a empresa por detrás do ChatGPT.
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O caricato ChatGPT marca um novo compasso na tecnologia de geração de texto, uma espécie de IA que é capaz de responder de forma intuitiva e orgânica aos comandos, ou mensagens, que lhe são apresentados. Os resultados estão à vista, já que qualquer um pode experimentar a tecnologia, e as aplicações possíveis parecem intermináveis: é possível escrever artigos e até corrigir e gerar código de programação.
Uma pechinca para a Microsoft, que anunciou o investimento pela mesma altura em que despediu cerca de dez mil trabalhadores a nível global e que registou uma quebra dos lucros trimestrais na ordem dos 12%.
A gigante norte-americana foi mais longe e disse que o ChatGPT será utilizado para potenciar o seu motor de busca, o Bing, que tem beneficado de uma relativa insignificância desde o lançamento. Além disso, o browser Edge será integrado com o chatbot.
Mas a chinesa Alibaba ressalva que este não é um investimento de cabeça quente e que o trabalho está a ser desenvolvido internamente desde 2017. Ainda assim, a empresa não adiantou uma data de lançamento. Ainda na China, a tecnológica Baidu deu sinais de que o seu próprio chatbot estava em andamento e que se vai chamar Ernie, nos mercados mundiais, e Wenxin Yiyan, no país de origem.
Bard desanimou investidores
Também a Google carregou no gatilho esta segunda-feira e lançou – aparentemente à pressa – o Bard, talvez para acautelar os acionistas não tão satisfeitos com os resultados trimestrias, ou apenas para não ficar para trás na maratona. O plano saiu furado e as falhas da tecnologia tornaram-se evidentes esta quarta-feira depois de uma demonstração. As ações da empresa-mãe, a Alphabet, afundaram 9%, em resposta.
Uma venda massiva das ações da Alphabet reduziu em 100 mil milhões de dólares o valor de mercado da empresa, depois de o Bard ter dado informações erradas num vídeo promocional e depois da Google não ter conseguido remediar a situação, dando gás às preocupações dos investidores de que a gigante tecnológica está a perder terreno para a Microsoft, que em contra-corrente viu as ações dispararem cerca de 3%.