Ciberataque aos laboratórios Germano de Sousa: Sistemas da CUF “não foram afetados” (com áudio)

Devido ao ataque informático que os laboratórios Germano de Sousa foram hoje alvo, os hospitais da CUF admitem “constrangimentos no sistema do parceiro de análises clínicas”, nomeadamente na disponibilização de relatórios e resultados clínicos. E asseguram que “os sistemas da CUF não foram afetados” pelo ciberataque a estes laboratórios que afetou principalmente a comunicação informática entre postos de colheita e hospitais.

“A CUF tomou conhecimento, esta manhã, de que o seu parceiro na área das análises clínicas foi alvo de um ciberataque à sua rede, o que criou intermitências no seu respetivo sistema. Como tal, o acesso ao serviço de análises clínicas nas unidades CUF e a disponibilização de relatórios e resultados clínicos poderão sofrer constrangimentos, até que o sistema do nosso parceiro esteja totalmente restabelecido, o que esperamos que venha a acontecer progressivamente”, avançou ao Jornal Económico fonte oficial da CUF.

Neste contexto, segundo a mesma fonte, a CUF suspendeu temporariamente as colheitas de ambulatório, lamentando o incómodo que possa criar aos seus clientes e realçando que “os sistemas da CUF não foram afetados”.

O laboratório Germano de Sousa tinha já garantido que as ligações informáticas com os hospitais da CUF, que são parceiros laboratoriais, foram suspensas por “uma questão de segurança”.

O JE avançou nesta quinta-feira, 10 de fevereiro, que os hospitais da CUF está a cancelar esta manhã todos os testes à Covid-19. Os pacientes estão a ser informados pela empresa que os laboratórios Germano de Sousa cancelaram os exames devido ao ataque informático, sabe o JE. A CUF está mesmo a aconselhar os pacientes a procurarem outros laboratórios porque o ataque não vai permitir à empresa repor o seu normal funcionamento durante muito tempo, segundo disse uma fonte ao JE.

Contactada a linha de apoio da Germano de Sousa, a empresa confirmou que foi alvo de um ataque informático, mas disse que não havia cancelamentos e que os exames continuavam a decorrer, apesar de admitir que havia uma maior lentidão.

A empresa está, neste momento, a apurar a dimensão do ataque e o tipo de informação que pode ter sido atingida. No entanto, segundo o laboratório, tudo indica que não houve interferência nos dados dos doentes. A PJ está já a acompanhar este caso para avaliar se houve um ataque informático e de que tipo.

Segundo o patologista Germano de Sousa, até ao momento, a empresa não recebeu qualquer pedido de resgate nem comunicação por parte dos autores do ataque, e que espera ter a situação resolvida “até ao final do dia”.

Os laboratórios mantêm o funcionamento, a diferença, explica Germano de Sousa, é que os clientes são registados manualmente e não informaticamente. A região mais atingida foi Lisboa, Germano de Sousa adianta que a zona Norte não terá sido afetada.

Várias empresas em Portugal foram alvo de ataques informáticos recentemente, como a Impresa em dezembro e a Vodafone esta semana.