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Cibersegurança. Especialistas avisam que ataques informáticos vão continuar no futuro

Responsáveis defendem que os hackers vão continuar a utilizar as suas “skills” para ganharem dinheiro no mercado negro e que apesar da competência das autoridades policiais, estas não chegam a todo o lado. “Não podemos ter um polícia informático em cada esquina”.
19 Abril 2022, 12h56

Os ataques informáticos às grandes empresas é uma tendência que vai continuar no futuro próximo, defendem os especialistas ouvidos no no primeiro fórum dedicado à cibersegurança organizado pelo Jornal Económico (JE), que decorre no auditório do Edifício Quelhas, no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG) esta terça-feira, 19 de abril.

Filipe Custódio, Partner da VisionWave, não acredita em hackers bons ou maus, dado que considera o hacking uma atividade criminosa e compara-a com outro tipo de invasão de propriedade.

“Por exemplo, olhamos para um grafitti e podemos achar que está bem feito, mas numa propriedade privada é crime. No hacking é a mesma coisa. Há hackers que têm um grande conjunto de skills e vão utilizar isso no mercado negro que é onde lhes dá mais dinheiro”, afirmou, acrescentando que “uma boa forma de um grupo de hackers ser conhecido é fazer um ataque que moralmente seja bem aceite pela sociedade”.

Por sua vez, Nuno Nogueira, Diretor Executivo de Tecnologia da Decunify abordou o ataque através de fishing que hoje em dia é um dos mais comuns entre os utilizadores. “Quase todos nós já sofremos ataques de fishing e nem todos percebemos como é que estamos a ser alvo desse ataque”, realçou.

Já Jorge Cadeireiro, administrador da Nucase defendeu a necessidade de investir cada vez mais na segurança, integrando-a como no plano de negócio de uma empresa. “É um custo operacional anual que temos de contar com ele”, afirmou.

Para combater os futuros ataques informáticos Diogo Pata, Global Sales Engineer da Watchguard, acredita que a resposta será sempre a prevenção, através do controlo da identidade. “Corrigir vulnerabilidades e ter visibilidade sobre todos os comportamentos do utilizador”, assumiu.

Por seu turno, Filipe Custódio, Partner da VisionWave destacou o papel das autoridades policiais em Portugal, que apesar de terem bons meios de comunicação e cooperação internacional não podem investigar todos os ataques que são feitos.

“Não podemos ter um polícia informático em cada esquina. Queremos as autoridades quando existe de facto um ataque sério e quando as empresas não o conseguem resolver. Nas empresas é preciso formação. As empresas têm que ter os seus próprios meios, garantir que estão seguros no seu processo inicial e só depois em caso de necessidade chamar as autoridades”, explicou.

A formação é também defendida por Nuno Nogueira, Diretor Executivo de Tecnologia da Decunify. “É algo que temos deixado de parte. 95% dos ataque são de factor humano. Mas quantos desses colaboradores tiveram formação em cibersegurança? Se vão continuar a existir ataques? Claro que sim, porque a superfície de ataque vai crescer exponencialmente, assim como a digitalização da economia”, sublinhou.

Uma ideia partilhada por Jorge Cadeireiro, administrador da Nucase. “Se aumentamos a superfície digital, vai haver um acréscimo de ataques. É verdade que na utilização pessoal é preciso haver algumas iniciativas para evoluirmos nessa conscienlização, mas tudo isto gira tão rápido que é impossível não existirem mais ataques”, salientou.

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