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Cientistas da Universidade do Minho abrem portas à eletrónica do futuro

Trabalho desenvolvido por equipa que inclui cientistas do Centro de Física da Universidade do Minho permitirá novas formas de fazer circuitos e dispositivos nanoeletrónicos.
11 Setembro 2017, 07h10

Uma equipa que inclui cientistas do Centro de Física da Universidade do Minho conseguiu separar, pela primeira vez, duas propriedades base do eletrão (spin e carga elétrica) numa estrutura unidimensional, o que abre a porta à eletrónica do futuro.

Este avanço científico permitirá novas formas de fazer circuitos e dispositivos nanoeletrónicos e de transportar a informação de modo mais barato e rápido, na forma de “spin”.

O trabalho experimental confirmou que, quando o eletrão circula num material de um átomo de espessura – no caso, uma monocamada de disseleneto de molibdénio –, é possível separar o seu spin (movimento de rotação intrínseco) da sua carga elétrica. Até aqui, esta teoria ainda não tinha sido provada.

“As duas propriedades estão juntas no eletrão, mas em determinadas situações podemos separá-las”, explica José Carmelo, professor catedrático, da UMinho, na foto, que com o pós-doutorando Tilen Cádez assegura a presença portuguesa neste projeto, que conta com investigadores das universidades do Sul da Flórida (EUA) e de Paris Saclay (França), do Centro de Ciência Computacional de Pequim (China) e do Síncrotron Soleil (França).

O transporte do “spin” permite ao material ser ligado e desligado, como acontece com a corrente elétrica em transístores convencionais, tornando-o, por isso, uma alternativa interessante para fazer circuitos e dispositivos, com benefícios de energia, de rapidez e de transporte de dados. As suas aplicações poderão estender-se à eletrónica digital, à optoeletrónica ou aos sensores, por exemplo. “Acreditamos estar a abrir fronteiras para a eletrónica do futuro, em particular a spintrónica”, acrescenta José Carmelo.

O estudo acaba de ser divulgado na reputada revista “Nature Communications”.

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