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Cimenteira Secil fecha primeiro trimestre com quebra de 11% na faturação

Em sentido inverso, o EBITDA da empresa controlada pela ‘holding’ Semaa cresceu 7,6% nos primeiros três meses deste ano, para 28,5 milhões de euros.
1 Junho 2020, 07h30

A Secil, empresa cimenteira do Grupo Semapa, encerrou o primeiro trimestre de 2020 com um volume de negócios de 109,9 milhões de euros, o que representou uma quebra de 11,1% face aos 123,6 milhões de euros conseguidos no período homólogo do ano passado.

Em sentido inverso, o EBITDA da empresa cresceu 7,6%, para 28,5 milhões de euros.

Por seu turno, os resultados líquidos da cimenteira forma negativos em 2,5 milhões de euros.

Desagregado por país, o volume de negócios da Secil foi de 70,9 milhões de euros, uma quebra de 5,8% face ao período homólogo.

Também nos outros mercados em que a cimenteira está presente se registaram quebras de facturação: de 8,5% no Brasil, para 18,1 milhões de euros; de 45,5% no Líbano, para 7,3 milhões de euros e de 60,3% nos outros países, com destaque para Angola, para 1,1 milhões de euros.

A única excepção a esta tendência foi a operação da Secil na Tunísia, em que o volume de negócio cresceu 1,8% face ao período homólogo, para 12,6 milhões de euros.

Segundo o relatório e contas da Semapa, ‘holding’ que controla a Secil, referente às contas no primeiro trimestre deste ano, “o efeito da pandemia Covid‐19 teve um impacto reduzido (…), tendo afetado apenas os volumes de vendas a partir das duas últimas semanas de março”.

“Em Portugal, a partir de 18 de março, quando foi declarado o Estado de Emergência, os efeitos da pandemia
fizeram‐se sentir de uma forma ligeira, tendo sido assegurada a regularidade das operações em praticamente todas
as instalações. Os volumes de vendas das operações localizadas em Portugal Continental sofreram, de um modo
geral, uma redução face à média verificada no primeiro trimestre do ano”, explica o referido documento, divulgado no final da semana passada na CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

O comunicado em questão ressalva que, “porém, esta redução foi menor do que o inicialmente esperado, e resulta do facto da atividade de construção ter continuado a um ritmo perto do normal”.

“No Brasil, a gestão da crise pandémica pelas autoridades não tem sido consensual, quanto às medidas a
implementar para a contenção da propagação, tendo cada estado implementado diferentes medidas. Nos estados
de Santa Catarina e Paraná foi declarado Estado de Emergência e fecho de comércio a 18 e 19 de março,
respetivamente, e declarado Estado de Calamidade Pública, a 20 de março. A atividade do betão ficou encerrada
por determinação governamental nestes estados tendo sido retomada a 2 de abril. A atividade do cimento foi
sempre assegurada, não tendo até à data sofrido impactos significativos”,l esclarecem os responsáveis da Secil.

Já no Líbano, “os efeitos da pandemia fizeram‐se sentir a partir de meados de março de forma acentuada com
imposição de restrições por parte das autoridades”.

“Dados os níveis de ‘stock’, a produção de clínquer foi suspensa entre 16 de abril e 5 de maio, mantendo‐se a funcionar de forma limitada a expedição de produto acabado. A partir do mês de maio a produção foi retomada, tendo em vista o mercado local, mas também o mercado de exportação”, assinala o referido documento.

Quanto à Tunísia, “as medidas adotadas pelo governo para conter a propagação da pandemia – recolher obrigatório a partir de 17 de março e declaração de quarentena em todo o país, a partir de 20 de março – tiveram um impacto
bastante significativo nas operações da Secil, naquele país, encontrando‐se todas encerradas entre o dia 24 de
março e 27 de abril quando foram reabertas mas com restrições”.

“Globalmente, este segmento, apesar do decréscimo do volume de negócios teve uma evolução operacional positiva,
em termos homólogos, traduzindo‐se num crescimento do EBITDA. De destacar, a ‘performance’ de Portugal e Tunísia apesar de, neste último caso, se ter verificado uma retração significativa do mercado. O Líbano continuou a enfrentar desafios relevantes decorrentes da situação política e económica. A desvalorização cambial do BRL [real] teve um impacto significativo nos resultados financeiros”, assinalam os responsáveis da Secil, acrescentando que “a evolução positiva nas quantidades vendidas em Portugal não foi suficiente para compensar os efeitos de menores quantidades vendidas no Líbano e na Tunísia, da desvalorização cambial no Brasil e da redução das exportações em Portugal”.

“Os resultados financeiros líquidos da Secil apresentaram um agravamento significativo face ao período homólogo, tendo passado de ‐1,7 milhões de euros, para ‐17,4 milhões de euros. Este diferencial negativo é resultado do efeito conjugado de um desvio favorável no custo líquido de financiamento e de um desvio muito desfavorável (25 milhões de euros) nas diferenças cambiais, principalmente pela desvalorização do BRL, de contas a receber e a pagar em moeda estrangeira por empréstimos intra‐grupo”, conclui o referido comunicado.

 

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