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Cimpor ganha contrato a 30 anos em Cabo Verde

A cimenteira do grupo turco Oyak estará encarregue da exploração da jazida de pozolana na ilha de Santo Antão. O projeto a 30 anos deverá arrancar dentro de 18 meses e prevê que se criem 80 postos de trabalho, sendo que a Cimpor se comprometeu a contratar mão de obra local e dar formação.
5 Maio 2023, 16h45

A cimenteira portuguesa Cimpor anunciou esta sexta-feira que assinou um acordo com o Estado de Cabo Verde para a exploração da jazida de pozolana, uma das componentes do cimento que está na cinza vulcânica, na ilha de Santo Antão. O projeto, que conta com um investimento de três milhões de euros, dá à empresa o direito à exploração da concessão durante os próximos 30 anos e prevê que se criem cerca de 80 postos de trabalho.

O início da exploração está previsto para daqui a 18 meses e abrange uma área de cerca de 108 hectares, prevendo-se reservas de cerca de meio milhão de toneladas. Ademais, poderá haver expansão para 790 hectares, que se estimam em mais 4 milhões de toneladas de pozolanas.

Para o CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde, este contrato com o sector público cabo-verdiano “é muito importante, não só para a Cimpor, mas também para a promoção da dinâmica económica da ilha”. “A possibilidade de expansão do negócio é algo que nos alicia ainda mais, pois ficamos conscientes de que há espaço para crescermos e cimentarmos o nosso posicionamento”, afirmou Luís Fernandes, em comunicado divulgado esta tarde aos meios de comunicação social.

“Esta é uma zona com elevado potencial de exploração e que estava paralisada há mais de sete anos, e essa é mais uma das razões que nos atrai neste negócio. A longo prazo esperamos poder servir o mercado cabo-verdiano e, quem sabe, expandirmos para o mercado internacional”, diz Luís Fernandes.

A Cimpor vai instalar novos equipamentos móveis e fixos, criar uma central fotovoltaica para alimentar a unidade de produção e apoiar as comunidades e comprometeu-se ainda a contratar mão de obra local, formar profissionais e transmitir os seus valores de segurança no trabalho e conhecimentos de décadas sobre a produção de cimento.

Na cerimónia de assinatura do negócio, estiveram presentes o CEO da Cimpor Portugal, o country manager da Cimpor Cabo Verde, João Brito e Cunha, o diretor geral do Património e da Contratação Pública de Cabo Verde, Francisco Moreira, e o presidente da Câmara Municipal de Porto Novo, Aníbal Fonseca (na fotografia).

Inicialmente, quem avançou este negócio foi o próprio primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, depois de uma visita de quatro dias que fez à ilha de Santo Antão. No entanto, o plano previa a criação de uma centena de empregos em vez dos atuais 80.

O mercado de Cabo Verde é um dos mais importantes para a Cimpor. Desde 2019, a cimenteira com sede em Lisboa investiu cerca de 7 milhões de euros nas suas instalações em Santiago e no Sal. Em maio do ano passado, a agência Lusa escreveu que a Cimpor apresentou ao Governo cabo-verdiano um plano de investimentos de 5.500 milhões de escudos (cerca de 48 milhões de euros) para “reforçar a parceria estratégica” que desenvolve no arquipélago há 18 anos.

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