A Cimpor voltou aos lucros o ano passado, atingindo os 29,6 milhões de euros contra um prejuízo em 2013 de 15,3 milhões em 2013, anunciou a empresa no seu relatório anual.
Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cimpor, detida pelos brasileiros da InterCement, refere que a melhoria dos resultados líquidos em 2014 “reflete a melhoria dos resultados financeiros e dos impostos”.
A empresa anunciou também que o volume de negócios se situou nos 2.603 milhões de euros, menos 0,8% do que em 2013, que foi de 2.624 milhões de euros, mas adianta a Cimpor que “se neutralizadas as perdas cambiais face a 2013 (326 milhões de euros), este indicador apresenta um crescimento superior a 13% face ao período homólogo”.
Em termos de resultados de exploração (EBITDA), a Cimpor obteve uma queda de 6,7% em 2014 para os 645,6 milhões de euros, o que obrigou também a uma queda na margem de EBITDA de 26,4% em 2013 para 24,8% no ano passado, justificada pela empresa com “o aumento dos custos energéticos e nas matérias-primas”. Ainda assim, a Cimpor considera que a margem EBITDA é “uma das melhores entre as empresas internacionais do setor”.
O investimento passou para quase metade, caindo 40,3%, passando dos 342,3 milhões de euros em 2013 para 204,3 milhões de euros no ano passado.
Em termos operacionais, as vendas de cimento e clínquer subiram 5,7% para 30 milhões de toneladas, mas a venda de betão caiu 6,1% para 4,5 milhões de toneladas.
A Cimpor indica ainda no seu relatório anual que a sua posição de mercado foi reforçada em 2014, destacando-se o potencial de África: “Reforço da posição de mercado no Brasil, nova capacidade das operações no Paraguai, crescente contributo das operações em África e flexibilidade otimizada pela atividade de ‘trading’ reafirmam posição da Cimpor entre ‘players’ internacionais”.
A empresa destaca ainda que houve “avanços no processo de fortalecimento do balanço”, com melhorias no perfil de dívida, através da extensão de maturidade e cobertura cambial, um retorno do programa de fundo de maneio e disciplina de investimento.
Relativamente a Portugal, a Cimpor obteve um lucro de 868 mil euros, pelo que o conselho de administração, liderado por Daniel Proença de Carvalho, vai propor a não distribuição de dividendos relativos a 2014 por não ter “impacto relevante” e “mostrando-se até, relativamente a alguns pequenos acionistas, contraproducente em face dos encargos para o respetivo recebimento”.
OJE/Lusa