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Novo contexto jurídico dificulta vida às empresas chinesas. Cinco deixam “voluntariamente” Bolsa de Nova Iorque

As petrolíferos Sinopec e PetroChina, a subsidiária da Sinopec com sede em Sangai, a seguradora China Life Insurance e a gigante de alumínio Chalco figuram na lista da SEC, regulador do mercado norte-americano, ameaçadas de expulsão de Wall Street no caso de não cumprimento dos novos requisitos de auditoria. Tomaram a decisão de sair.
13 Agosto 2022, 14h09

Cinco grandes grupos chineses cotados na Bolsa de Valores de Nova Iorque anunciaram, esta sexta-feira, a sua saída do mercado de ações norte-americano. São: as petrolíferos Sinopec e PetroChina, a seguradora China Life Insurance, a gigante de alumínio Chalco e a subsidiária da Sinopec com sede em Xangai.

As cinco empresas anunciaram em comunicados separados que esperam cessar a sua cotação em Wall Street já no início de setembro.

Todas justificam a decisão com os custos associados à permanência e ao ónus que representa o cumprimento das obrigações contabilísticas exigidas pela lei norte-americana. Já o regulador chinês dos mercados financeiros alega “considerações comerciais”.

Na realidade, há um novo contexto jurídico que dificulta a vida às empresas chinesas. Legislação aprovada pelo Congresso em 2020 obriga todas as cotadas nos Estados Unidos a ter contas auditadas. O incumprimento significará a exclusão. As empresas chinesas fogem à apresentação de relatórios financeiros a auditores licenciados nos Estados Unidos.

Em concreto, os cinco grupos que agora anunciam a sua saída de Wall Street figuram na lista de ameaçadas de expulsão pela autoridade reguladora de mercado americana, SEC, em caso de não cumprimento dos novos requisitos de auditoria, em vigor desde o final do ano passado.

Na última década, as empresas chinesas foram incentivadas a financiar-se através de IPOs (Oferta Pública Inicial) nos Estados Unidos, mas a crescente tensão entre Pequim e a os EUA, agravada pela recente visita da número três na hierarquia dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, está a levar a China a incentivar as empresas nacionais a procurar financiamento nas bolsas de valores de Hong Kong, Xangai, Shenzhen ou mesmo Pequim.

Relembre-se que em 2014, o pioneiro do comércio eletrônico, Alibaba protagonizou o maior IPO de sempre, levantando 25 mil milhões de dólares em Wall Street.

Este pode ser o início da debandada das mais de 250 empresas chinesas no mercado financeiro norte-americano, incluindo a Alibaba.

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