[weglot_switcher]

CIP insiste no ‘lay-off’ simplificado e 11,5 mil milhões da bazuca para mitigar efeitos da guerra

“Não são teorias económicas desta ou daquela natureza. São as empresas que estão no terreno que nos sinalizam. Sobre a opinião do ministro da Economia, com todo o respeito que tenho por ele, mas tenho de me virar para as empresas”, referiu esta quarta-feira António Saraiva.
  • Cristina Bernardo/JE
23 Março 2022, 16h07

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal exigiu esta quarta-feira o regresso ao lay-off simplificado e o recurso ao empréstimo de 11,5 mil milhões de euros aprovados em Bruxelas, dos 200 mil milhões de euros ainda disponíveis para os Estados-membros no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência.

“Não são teorias económicas desta ou daquela natureza. São as empresas que estão no terreno que nos sinalizam. Sobre a opinião do ministro da Economia, com todo o respeito que tenho por ele, mas tenho de me virar para as empresas”, referiu António Saraiva, em conferência de imprensa sobre os efeitos da guerra na Ucrânia no tecido empresarial.

“Estranhamos que o Governo não queira lançar mão do lay-off simplificado, um instrumento que sofreu quatro revisões e demonstrou ser benéfico. Validámos o seu mérito e, na perspetiva das empresas, é o instrumento que serve as suas principais necessidades”, afirmou o líder da CIP, fazendo referência à discrepância de opiniões entre Pedro Siza Vieira e o seu secretário de Estado.

Em relação ao maior endividamento do país, com o recurso aos 11,5 mil milhões de euros, António Saraiva esclarece que Portugal não tem que requerer todo o valor, mas também não tem de ficar atrás dos outros países da União Europeia por só ter utilizado 2,7 milhões de euros.

Perante o exponencial aumento dos preços, os patrões enumeraram outras medidas a tomar, entre as quais o alívio fiscal, a atribuição de verbas do Fundo Ambiental (ou outros) para redução das tarifas de gás e de eletricidade, a admissão da necessidade (sobretudo no gás) de se recorrer ao défice tarifário e apoios diretos a empresas de sectores muito expostos à concorrência externa e com elevadas dependências energéticas. “Os preços elevados da energia e a incerteza da sua evolução irão obrigar a que se recorra a todo o leque de medidas que as regras europeias e de concorrência permitirem”, considera a confederação.

Jaime Braga, assessor da direção da CIP para os assuntos de ambiente e energia, detalhou a evolução dos preços de diferentes sectores, contextualizando que entre os anos de 2015 e 2019 denotava-se uma relativa estabilização de preços, mas no último ano só os preços da produção industrial escalaram 20%. No caso da eletricidade, os valores do spot no mercado ibérico fixam-se agora nos 212,44 euros/MwH. “Há exatamente um ano, a 23 de março, era mais de três vezes menor. Está-se a pagar o triplo de eletricidade”, sublinhou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.