Diz quem com ela priva que Cláudia Azevedo não gosta de perder tempo, não gosta de conversas floreadas – que, precisamente, fazem perder tempo – e que não pode ser mais direta quando trata de um assunto, principalmente se ele for de relevância. Ou, dito de outra forma: tem um perfil psicológico que a transforma, da prole de três filhos que o pai, Belmiro de Azevedo, criou com esmero, na mais parecida com o homem que transformou a Sonae na maior empresa não financeira do país.

Aos 48 anos – e assumindo, como o pai, que o jornal Público lhe está entranhado no sangue – Cláudia Azevedo, que passará a ser a nova CEO do grupo provavelmente na próxima Assembleia Geral, casada com um designer e mãe de duas crianças na pré-adolescência, não gosta que lhe digam que ‘não’, nem tem estima especial por quem decide enveredar por contra-argumentações quando está a falar com ela.

“Isso acontece porque normalmente quando chega à solução de um problema, já pensou em tudo, nos argumentos e nos contra-argumentos, e por isso não precisa de estar a perdem tempo”, diz ao Jornal Económico alguém que manteve bastas reuniões com a gestora, licenciada na Universidade Católica e com um MBA no INSEAD. Ou seja, tal como o pai, Cláudia não tem nenhuma preocupação em demonstrar que, no que diz respeito à gestão das empresas por onde tem passado, tem uma visão claramente relativista do que é o processo democrático de tomada de decisão ou o diálogo construtivo. Quando anuncia uma decisão, é porque ela está tomada e não para auscultar pontos de vista. Quem estiver mal, que se mude.

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