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CMVM obriga SAD do FC Porto a refazer as contas

Assim, os resultados consolidados do primeiro semestre 2021/2022 passam a ser negativos em 10,329 milhões, devido à inexistência de mais valias relacionadas com a venda de direitos desportivos de jogadores.
  • 4 – Nanu (dois milhões de euros)
19 Fevereiro 2022, 17h44

A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) obrigou a Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, a retirar as mais-valias de negócios com o Vitória de Guimarães contabilizadas nas contas de junho.

Em comunicado, a SAD diz que “na sequência de transações separadas de aquisição e alienação de passes desportivos de jogadores com a mesma contraparte, registou, nas suas contas com referência a 30 de junho de 2021, mais valias no montante de 14,1 milhões de euros (apresentadas na rubrica de Proveitos com transações de passes de jogadores) e ativos intangíveis no mesmo montante”.

Mas esse registo “foi agora revertido na sequência das interações com a CMVM, não gerando essas operações qualquer mais-valia, tendo o Conselho de Administração da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD procedido à reexpressão das contas anuais, em virtude de tais transações consubstanciarem uma troca de ativos, à luz das disposições dos parágrafos 45-48 da Norma Internacional de Contabilidade 38 – Ativos intangíveis”.

Nas contas apresentadas a 30 de junho, o clube contabilizou mais-valias de 14,1 milhões de euros com a venda dos jogadores Francisco Ribeiro (11 milhões, mais-valia de 10,33 milhões) e Rafael Pereira (4 milhões, mais-valia de 3,76 milhões) ao Vitória de Guimarães. Mas, no mesmo período, o FC Porto comprou igualmente dois jogadores ao mesmo clube (Romain Correia e João Mendes), avaliando o negócio pelos mesmos montantes.

Com esta alteração relevante, “as rubricas relacionadas com passes de jogadores tiveram um saldo líquido negativo, agora de 19,825 milhões uma vez que as vendas de direitos desportivos de jogadores efetuadas neste 1º semestre foram valorizadas por montantes não relevantes, dado que a FC Porto – Futebol, SAD decidiu rever a política contabilística aplicável a transações de aquisição e alienação de direitos desportivos de jogadores com a mesma contraparte”, lê-se no comunicado.

Assim os resultados consolidados do primeiro semestre 2021/2022 passam a ser negativos em 10,329 milhões, devido à inexistência de mais valias relacionadas com a venda de direitos desportivos de jogadores.

O que mudou com a reexpressão das contas?

Os resultados operacionais excluindo proveitos com passes de jogadores crescem 3,182 milhões de euros atingindo agora os 21,495 milhões. Do lado dos proveitos, que atingem os 90,543 milhões de euros, verificou-se uma queda face ao período homólogo, fundamentalmente devido à quebra nas receitas obtidas pela participação nas competições europeias.

No entanto, também os custos operacionais excluindo custos com passes de jogadores diminuíram neste período, devido à redução de 12,444 milhões de euros nos custos com o pessoal do Grupo FC Porto.

Ao contrário do período homólogo, as rubricas relacionadas com passes de jogadores (Amortizações e perdas por imparidade com passes e Proveitos / Custos com transações de passes) tiveram um saldo líquido negativo, agora de 19,825 milhões, uma vez que as vendas de direitos desportivos de jogadores efetuadas neste semestre foram valorizadas por montantes não relevantes, dado que a FC Porto – Futebol, SAD decidiu rever a política contabilística aplicável a transações de aquisição e alienação de direitos desportivos de jogadores com a mesma contraparte.

O passivo do grupo em 31 de dezembro de 2021 registou uma redução de 11,590 milhões face a 30 de junho, essencialmente devido à diminuição ainda mais expressiva do valor global dos empréstimos, em 41,541 milhões, o que representa um corte de 14% no passivo remunerado do Grupo.

Já após o fecho do período, em 30 de janeiro de 2022, a sociedade vendeu os direitos desportivos do jogador Luis Diaz ao Liverpool, por 45 milhões sendo que o montante global desta transação poderá atingir os 60 milhões de euros.

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