A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) recebeu 206 reclamações nos primeiros seis meses de 2022, o que representa um aumento de 7% em relação ao período homólogo, revela o Relatório Estatístico sobre Reclamações dos Investidores do 1º semestre de 2022.
“Para este crescimento contribuiu, em grande medida, o clima de maior instabilidade política e económica a nível mundial que provocou a desvalorização de alguns instrumentos financeiros detidos por investidores”, avança a entidade reguladora dos mercados em comunicado.
A Comissão diz que em todos os casos em que considerou que assistia razão ao investidor, “a entidade reclamada satisfez a pretensão do reclamante, padrão que já se havia registado em 2021”.
A qualidade da informação prestada foi o assunto mais reclamado, com uma subida face ao primeiro semestre de 2021 (39% do total versus 22% no período homólogo), em grande parte associada aos fundos de investimento e ao nível de conhecimento dos investidores sobre a possibilidade de perda de capital neste tipo de produto.
O facto de o conflito na Ucrânia ter provocado uma queda nos mercados pode explicar que os fundos de investimento sejam o motivo mais expressivo das reclamações.
O peso das reclamações relativas a execução de ordens ou a comissões e encargos foi menos expressivo do que na primeira metade de 2021, revela a CMVM.
O relatório revela ainda que no primeiro semestre foram concluídas 135 reclamações, menos 13% do que na segunda metade de 2021.
“O aumento das reclamações recebidas foi particularmente notório nos últimos dois meses do semestre, estando por isso ainda em curso a análise das mesmas”, acrescenta a CMVM.
“As reclamações recebidas e admitidas para tratamento na CMVM visaram 22 entidades, das quais a maioria (16) registou um aumento do número de reclamações face ao semestre anterior”, segundo o relatório.