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Cofina diz que ficaram por subscrever 2,86 milhões de euros na operação de aumento de capital

O aumento de capital que a Cofina iria realizar era condição essencial para que se concretizasse a compra de 95% da Media Capital à Prisa, mas ficaram por subscrever mais de 6,3 milhões de ações, com 96% do montante ( 82 milhões de euros) a ser subscrito.
12 Março 2020, 09h15

Na operação de aumento de capital da Cofina ficaram por subscrever 6.371.478 ações, de um total de 188 milhões de ações, que tinham um preço unitário de 0,45 euros, segundo informou a empresa em comunicado enviado à CMVM, a pedido do regulador de mercado.

Isto significa que a Cofina não conseguiu levantar no mercado apenas 2,867 milhões de euros do aumento de capital de 85 milhões que servia para financiar a compra da dona da TVI.

O comunicado enviado à CMVM revela que a Cofina conseguiu receber ordens de acionistas e investidores para ficarem com 182 milhões das novas ações, o que corresponderia a um investimento de 82,1 milhões, ou cerca de  96% do montante.

As ordens recebidas por exercício de direitos de subscrição somaram 167.378.972, a que se juntam ordens recebidas para subscrição em rateio de 15.138.439, o que perfaz 182.517.411 de ordens subscritas.

“Relativamente à oferta particular para colocação das ações sobrantes, cuja possibilidade se encontrava prevista no prospeto da oferta pública de subscrição, a Cofina entendeu, depois de todos os esforços feitos e contactos realizados infrutiferamente junto de potenciais investidores ao longo deste período, bem como, conforme já comunicado ao mercado, tendo em consideração a recente e significativa deterioração das condições de mercado, que não estavam reunidas as condições para o sucesso da oferta particular”, explicou a Cofina ao mercado em comunicado.

“A Oferta encontrava-se subordinada à subscrição completa do aumento de capital no âmbito da Oferta ou no âmbito da oferta particular junto de investidores institucionais, caso esta viesse a ser realizada”, explica a dona do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios.

Nesta medida, e não tendo sido verificada a condição de subscrição integral do aumento de capital, a Oferta ficou sem efeito, volta a afirmar a Cofina.

Conforme previsto no prospeto, o montante entregue pelos investidores no momento da emissão das respetivas ordens será colocado à respetiva disposição pelos intermediários financeiros junto dos quais tenham emitido as suas ordens.

O aumento de capital que a Cofina iria realizar, por oferta pública de subscrição, era condição essencial para que se concretizasse a compra de 95% da Media Capital à Prisa. A seguir haveria uma oferta pública de aquisição para a Cofina ficar com os restantes 5%.

A empresa espanhola já veio entretanto dizer que vai iniciar ações legais contra a dona do Correio da Manhã por alegada violação do contrato assinado em 20 de setembro de 2019 e alterado em 23 de dezembro de 2019.

A operação que ficou pelo caminho, previa que os três (Paulo Fernandes, Mário Ferreira da Douro Azul e Abanca) ficassem com cerca de 51% da Cofina que integraria a Media Capital.

O empresário Mário Ferreira, que entrou no aumento de capital através da Pluris Investments, tinha acordado entrar com 20 milhões de euros.

Se o aumento de capital tivesse tido sucesso o dono da Douro Azul tornar-se-ia no segundo maior acionista da Cofina, ficando com 15%. O empresário do setor do turismo, que se mostrou supreendido com a decisão da Cofina, disse ao Jornal Económico que “da minha parte cumpri com aquilo a que me comprometi, subscrevi todo o montante do capital que me pediram e me facultaram para subscrever”.

Pelo caminho fica ainda um financiamento de 170 milhões que iria ser concedido pelo Santander e Société Génerale.

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