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Coletes amarelos em França prejudicaram crescimento da zona euro, afirma FMI

O Fundo Monetário Internacional prevê que o crescimento económico dos países de moeda única desacelere para 1,6% este ano, dos 1,8% estimados para 2018.
21 Janeiro 2019, 13h02

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o crescimento económico da zona euro abrande de 1,8% no ano passado para 1,6% em 2019, 0,3 p.p. abaixo da anterior projeção.

As economias que pesaram no crescimento do bloco da moeda única no ano passado foram principalmente a Alemanha, Itália e França, refere a instituição liderada por Christine Lagarde no World Economic Outlook (WEO) divulgado esta segunda-feira.

Segundo o FMI, a economia alemã foi penalizada pelo fraco consumo privado e por uma débil produção industrial, a de Itália pela baixa procura interna e os maiores custos dos empréstimos, à medida que “as yields soberanas se mantêm altas”, e França foi negativamente impactada pelos “protestos de rua”. O comentário surge quatro dias depois de Gerry Rice, porta-voz do FMI, ter dito que ainda era cedo para avaliar com precisão o impacto económico do “shutdown” [paralisação do governo federal] nos Estados Unidos e das manifestações os ‘coletes amarelos’ em França.

“Espera-se agora que o crescimento na Europa emergente e em desenvolvimento em 2019 enfraqueça mais do que o previsto anteriormente, para 0,7% (de 3,8% em 2018), apesar do crescimento geral na Europa Central e Oriental, antes de recuperar para 2,4% em 2020”, assinala a organização internacional, no documento.

Esta revisão deve-se a uma “grande contração” prevista para este ano e a uma recuperação mais lenta da Turquia em 2020, que vê a braços com condições de financiamento externo mais restritas. Ainda no que diz respeito ao ‘Velho Continente’, o FMI aponta o dedo aos efeitos negativo da incerteza prolongada sobre o Brexit, mas mantém a estimativa de crescimento do Reino Unido nos 1,5% em 2019-2020.

Isto porque, apesar de o processo de divórcio entre Londres e a União Europeia se estar a arrastar, foi compensado pelo impacto positivo dos estímulos fiscais anunciados no orçamento britânico para 2019. “Esta projeção pressupõe que o acordo para o Brexit seja alcançado em 2019 e que o Reino Unido transite gradualmente para o novo regime”, avisa a organização.

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