Há um coletivo que agora palpita a três mentes e dá pelo nome Berru. Decomposto por quem o habita, temos Bernardo Bordalo, Rui Nó e Sérgio Coutinho e uma causa que os move desde sempre: mostrar o potencial dos oceanos, na sequência de aturada investigação, “como elemento capaz de responder aos desafios que a crise energética e a gestão dos recursos naturais nos coloca na atualidade”.
Eis o desafio que se colocaram para esta exposição, “Transforming Energy”, o mais recente trabalho do coletivo de artistas que nasceu no Porto, em 2015. A curadoria é de Bruno Marchand e pode ser visitada de 1 de julho a 4 de setembro, com entrada gratuita, na Culturgest Porto. A inauguração tem lugar a 30 de junho, das 22h00 à meia-noite.
Esta exposição está enquadrada na Temporada Cruzada Portugal-França, e resulta de uma coprodução com a estrutura francesa COAL, sendo também resultado de uma estreita colaboração com o festival VIDEOFORMES, que vai a presentar “Transforming Energy” em Clermont-Ferrand entre 16 de setembro e 2 de outbro.
A criação do coletivo Berru “ensaia a possibilidade de gerar sinais elétricos a partir das correntes do oceano, numa abordagem que dá corpo a uma das mais promissoras vias da investigação atual no campo lato da energia”, como se lê em comunicado. A ideia é mais do que “fazer do corpo do espectador uma testemunha”, transformá-lo em “agente de uma mudança de paradigma na nossa conduta ecológica”.
“Transforming Energy” decorre paralelamente à Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que terá lugar de 27 de maio a 1 de julho, em Lisboa.
Uma breve biografia
O coletivo dedica-se ao debate de questões relacionadas com a antropologia, a filosofia, a ética e a sociologia, focando-se nas relações entre a humanidade e a tecnologia. Venceu a terceira edição do Prémio Sonae Media Art, em 2019, com uma obra que “propõe uma reflexão sobre uma possível síntese da utilização tecnológica na preservação do ecossistema natural enquadrando-se numa clara formulação que se insere numa das principais correntes de interligação entre arte e tecnologia presentes na investigação artística contemporânea”, justificou o júri.
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