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Coligação liderada pela Arábia Saudita fecha ligações ao Iémen após míssil

O comunicado da coligação intensifica a tensão entre o reino sunita ultraconservador e o Irão, o seu rival xiita. Os dois países têm interesses no conflito iemenita.
  • Khalid al-Falih, Ministro da Energia da Arábia Saudita
6 Novembro 2017, 07h54

A coligação liderada pela Arábia Saudita encerrou hoje as ligações terrestres, marítimas e aéreas no Iémen, após um míssil ter sido disparado para Riade, culpando o Irão pelo lançamento e alertando que pode ser “considerado um ato de guerra”. O comunicado da coligação intensifica a tensão entre o reino sunita ultraconservador e o Irão, o seu rival xiita. Os dois países têm interesses no conflito iemenita.

No domingo, um ataque em Áden, reivindicado pelo Estado Islâmico, causou a morte de pelo menos 17 pessoas. Num comunicado, a coligação acusou o Irão de abastecer os rebeldes ‘huthis’ e os seus aliados, no Iémen, com os mísseis lançados no sábado na direção do aeroporto da capital saudita.

O Irão tem apoiado os rebeldes, mas nega o fornecimento de armamento e os militantes ‘huthis’ dizem ter produzido localmente os seus mísseis balísticos. O comunicado da coligação indica que o encerramento das ligações é temporário e “tem em conta” o trabalho das organizações humanitárias. Mais de 10 mil pessoas morreram no Iémen devido à guerra, que deixou o país à beira da fome.

A coligação lançou uma série de ataques aéreos sobre a capital iemenita, Sanaa, em resposta ao míssil balístico. A Arábia Saudita indicou que abateu o míssil e que os fragmentos caíram sobre uma zona desabitada no norte da capital. A coligação ameaçou também o Irão com um ataque em retaliação:

“O papel do Irão e o controlo direto do seu ‘proxy’ ‘huthi’ neste assunto constitui um claro ato de agressão que atinge países vizinhos e ameaça a paz e segurança na região e globalmente (…) Assim, a coligação considera [que se trata de] um flagrante ato militar de agressão do regime iraniano, e pode vir a ser considerado um ato de guerra contra o reino da Arábia Saudita”.

O comunicado indica ainda que a Arábia Saudita “se reserva o direito de responder ao Irão no momento e forma apropriada”. Não houve uma resposta imediata do Irão, apesar de o ministro da Defesa, Amir Hatami, ter anteriormente negado qualquer envolvimento do seu país no lançamento.

Os ‘huthis’ disseram em comunicado que o míssil foi lançado em resposta a bombardeamentos que mataram civis. O Iémen está mergulhado num conflito entre os rebeldes xiitas apoiados pelo Irão, conhecidos como ‘huthis’, e o governo reconhecido internacionalmente, aliado da coligação liderada pela Arábia Saudita.

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