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Com fluxo de caixa positivo, a Galp vai investir mais ou aumentar o dividendo?

A resposta deverá ser dada esta terça-feira no ‘Capital Markets Day’ em Londres. Numa altura em que está a atingir o ‘free cash flow’ positivo, os analistas questionam se a petrolífera vai usar a liquidez para acelerar investimentos ou para melhorar a remuneração acionista, ou ambos.
19 Fevereiro 2018, 14h53

Esta terça-feira de manhã, quando a Galp Energia anunciar a estratégia para os próximos anos, o foco estará nos destinos que irá dar ao fluxo de caixa positivo (free cash flow, em inglês, com a sigla FCF) ou seja, ao ‘excesso’ de liquidez, segundo os analistas.

“Esperamos uma atualização da estratégia e das metas financeiras, enquanto as principais questões deverão estar relacionadas com a alocação de cash daqui para a frente”, explicam os analistas do Caixa Banco de Investimento (BI). “A Galp está a entrar num período de FCF positivo e há perguntas sobre para onde a empresa irá dirigir esse cash à medida que este vai acumulando”.

Numa apresentação aos investidores em dezembro de 2017, a Galp explicou que está entrar num “novo ciclo de cash” e reiterou a objetivo assumido no Capital Markets Day há um ano – atingir o FCF positivo durante 2018, presumindo um preço do barril de petróleo nos 55 dólares. Nos resultados dos primeiros nove meses de 2017, a empresa salientou que nesse período teve FCF positivo de 35 milhões de euros, mesmo após ter pago dividendos na ordem dos 423 milhões de euros.

Alinhar com a média do setor?

Os analistas do BPI recordaram que no Capital Markets Day de 2017, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva manteve um dividendo flat de 0,50 euros por ação por ano até 2021, mas adiantou na altura que esse valor era um floor, ou seja, um mínimo.

“A crescente geração de fluxo de caixa poderá ser usada para melhorar a remuneração acionista e/ou para novas oportunidades de investimento”, referem os analistas do BPI.

Adiantam que os anúncios da Galp no ano passado sobre investimento inorgânico foram “limitados”, o que sugere que a empresa terá flexibilidade financeira para melhorar o dividendo.

No entanto, recordam que a Galp continua a analisar oportunidades de crescimento no Brasil, país no qual duas rondas de licenciamento já estão programadas este ano, com uma terceira por confirmar. Esse interesse poderá levar a Galp optar por uma abordagem mais conservadora em relação ao dividendo.

“Tendo dito isto, acreditamos que o mercado iria gostar de um aumento das metas para o dividendo, que colocaria a Galp mais perto da média do sector em termos de dividend yield [rácio do dividendo pago em relação à cotação da ação] que é de 4,5%”, frisam os analistas do BPI.

“Além disso, alguns dos pares da Galp estão também a mencionar a recompra de ações como forma de ‘adocicar a remuneração acionista”, explicam, dando os exemplos da britânica BP e da espanhola Repsol.

Os analistas do Caixa BI acreditam que a Galp irá dedicar uma grande fatia do FCF para financiar o desenvolvimento da atual base de recursos, mas adiantam que “vai ser interessante ver a posição do board sobre a política de dividendos, numa altura em que os preços do petróleo estão mais suportados”.

 

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