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Comandos: Pais das vítimas pedem 650 mil euros de indemnização

Hugo Abreu e Dylan da Silva faleceram em setembro de 2016, durante a Prova Zero do Curso de Comandos 127. Agora, os seus pais pedem ao Estado e restantes arguidos uma indemnização global que ascende aos 650 mil euros.
17 Julho 2017, 09h38

“Defraudados pela confiança que depositaram no Exército Português, a quem o filho estava confiado.” Foi assim que se sentiram os pais de Hugo Abreu, uma das duas vítimas mortais da Prova Zero do Curso 127 de Comandos, um caso que remonta a setembro de 2016. Por isso, e de acordo com o que avança o Público, os pais deste jovem de 20 anos entregaram à Justiça um pedido de indemnização civil. No documento entregue, citado pelo Público, o montante global de indemnização será “nunca inferior a 300 mil euros”, repartido entre 200 mil euros pedidos a título de indemnização por perda do direito à vida, 30 mil euros por danos sofridos pela vítima e 70 mil euros por danos sofridos pelos pais.

O mesmo jornal adianta que os pais de Dylan Fernandes, que ainda esteve internado no Hospital Curry Cabral, mas acabaria também por falecer, preparam-se para entregar uma indemnização semelhante, mas com um valor superior: 350 mil euros. A discrepância é justificada pelo “compasso de sofrimento até à morte”, diz Pedro Saraiva – advogado dos pais de Dylan Fernandes – ao Público, acrescentando que “todo esse sofrimento é indemnizável. O advogado recorda ainda que “o Dylan esteve em coma induzido, mas teve fases em que esteve consciente”.

Ambos os pedidos de indemnização serão acrescentados ao processo judicial em curso e no qual o Ministério Público acusa 19 arguidos da prática de mais de 480 crimes. Entre os arguidos, quase todos pertencentes ao Quadro Permanente do Exército, há oito oficiais, que Ricardo Sá Fernandes diz saberem que os castigos infligidos durante a prova “não eram permitidos pelo Exército português”.

É, aliás, neste conhecimento, na violação deliberada da ética e das regras militares nacionais e internacionais – quando impuseram aos instruendos castigos e maus tratos não permitidos no seio das Forças Armadas – e na falta de assistência médica necessária e adequada à situação que o pedido de indemnização entregue por Ricardo Sá Fernandes, em grande parte, se sustenta, afirma o Público, que cita o documento entregue e que será julgado ao mesmo tempo que o processo criminal liderado pela procuradora Cândida Vilar. O prazo para abertura do processo de instrução termina no final do mês de julho.

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