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Comércio ‘online’ cresceu de 5% a 10% entre a Black Friday e o fim de 2018

Cada vez mais, o período de Natal é crítico para as empresas de correio expresso. O comércio digital faz disparar os pedidos de encomendas. E o período das festas natalícias alargou-se, começando na ‘Black Friday’ e prosseguindo até ao final do ano. Os responsáveis de algumas das maiores empresas logísticas a funcionar em Portugal, como a UPS, DHL, Chronopost/SEUR (DPD) e Garland, revelam ao Jornal Económico foi como a sua atividade disparou na última quadra festiva.
28 Janeiro 2019, 07h20

As encomendas ‘online’ entregues em Portugal no período entre a ‘Black Friday’ e o final do ano passado pelo grupo DPD (que integra as empresas logísticas Chronopost e SEUR) registaram um crescimento de cerca de 10% face ao período homólogo do ano passado.

“O período em que se assinalou o pico de volume de atividade de encomendas ‘online’ foi a 10 de Dezembro, com a Chronopost e a SEUR a registarem mais de 120.000 encomendas num só dia”, revelou ao Jornal Económico Olivier Establet, CEO da Chronopost em Portugal .

Também contactada pelo Jornal Económico, a DHL, outra grande operadora no mercado de encomendas rápidas (correio expresso), não facultou dados sobre esta última época festiva, mas fonte oficial da DHL Express Portugal recordou que “só em dezembro do ano passado [2017], a percentagem de aumento no volume de envios na semana do Natal foi superior a 25%”.

“Segundo dados da E- Commerce Foundation, em Portugal, em 2017, o comércio ‘online’ cresceu 12,5%, um aumento de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior”, acrescenta a mesma fonte da DHL Express Portugal.

Nesse ano, “no total, o valor do comércio eletrónico atingiu os 4,73 mil milhões de euros” no nosso país, recorda a mesma fonte, assinalando que “num centenário cada vez mais digital e em permanente mudança, em que o tempo é um fator crucial, é fundamental apresentar estratégias e soluções capazes de responder às expectativas dos consumidores, especialmente em épocas de maior movimento, como o Natal e passagem de ano”.

Garland cresce 5% com base no setor têxtil

A Garland, uma centenária empresa de logística a operar em Portugal comunicou ao Jornal Económico que “entre 23 de novembro e 31 de dezembro, pouco mais de um mês entre a ‘Black Friday’ e o final da época natalícia, desenrolou-se 20% da atividade da Garland Logística [de Portugal] no negócio de ‘e-commerce’, área em que a empresa tem vindo a apostar e onde soma 12 clientes, a maioria do setor têxtil”.

Segundo os responsáveis desta empresa logística, face ao período homólogo de 2017, registou-se um crescimento de 5% no volume de mercadoria movimentada pela Garland.

“A aposta nos serviços logísticos de apoio ao ‘e-commerce’ de grandes marcas de moda surge na sequência da forte especialização que a Garland tem na área do têxtil e calçado. Desde que começámos a divulgar os serviços, a procura tem sido exponencial e cresce ao ritmo da nossa capacidade em montar infraestruturas adaptadas para o efeito. Estamos obviamente muito satisfeitos com esta opção de negócio”, assinalou Ricardo Sousa Costa, administrador da Garland, em declarações ao Jornal Económico.

A Garland Logística destaca que registou um crescimento exponencial, “um aumento acumulado de 78% do volume de negócios desde 2013”, justificando que “um dos fatores que tem contribuído para o desenvolvimento contínuo desta unidade de negócio, que arrancou com uma área de sete mil metros quadrados e atualmente cobre o país de norte a sul num total de 80.000 metros quadrados de área logística, é a sua especialização na área têxtil”.

“A Garland Logística movimenta anualmente 8,5 milhões de peças têxtil e 3,5 milhões de pares de calçado para clientes que são líderes mundiais na área da moda”, sublinha a empresa.

“De destacar ainda que todos os clientes de ‘e-commerce’ da empresa são da área têxtil. Apesar de contar com vários anos a desenvolver atividades subjacentes ao comércio eletrónico para os seus principais clientes, foi há cerca de dois anos que a Garland decidiu entrar definitivamente neste negócio. Arrancou então com uma área de seis mil metros quadrados exclusivamente dedicada à nova atividade e apenas um cliente. Atualmente, chega aos 12 clientes, entre os quais se destaca a Farfetch, empresa global de ‘e-commerce’, fundada em 2008 pelo português José Neves, e possui uma área de oito mil metros quadrados, cobrindo todo o país.

UPS espera crescimento de 3,5% nas encomendas a nível global

Outra das grandes multinacionais deste setor, a norte-americana UPS, também não fornece dados sobre o mercado nacional, divulgando apenas elementos sobre a atividade do grupo a nível mundial.

Segundo Sandro Pinto, UPS ‘Business Manager Portugal & Galiza’, a multinacional registou um “aumento da atividade na época festiva, face à operação verificada durante o resto do ano”.

“A UPS estima a entrega de cerca de 80 milhões de encomendas entre o Dia de Ação de Graças e o Ano Novo, e até o dobro do número de entregas diárias nos dias de pico de atividade”, isto relativamente à última época natalícia, de 2018.

Este responsável da UPS adiantou ao Jornal Económico que “o volume previsto para o ano cresceu 3,5% em relação aos 762 milhões de embalagens entregues durante a época festiva de 2017”: “significa isto cerca de 38 milhões de encomendas mais do que no ano passado”.

“A UPS espera ainda superar os 30 milhões de encomendas diárias entregues em mais de 90% dos dias entre o Dia de Ação de Graças e o Natal, ou seja, em 19 de 21 dias”, revela Sandro Pinto.

O mesmo responsável da UPS Portugal assume que existe cada vez mais uma consolidação da atividade anual da UPS (e das outras empresas do setor) a partir da ‘Black Friday’.

“Para a UPS, a temporada alta do ano acontece entre o Dia de Ação de Graças e a véspera de Ano Novo, que inclui a ‘Black Friday’. Embora estejamos a falar de estimativas, uma vez que as informações oficiais serão divulgadas juntamente com os dados financeiros do último trimestre do ano, previu-se que o pico de trabalho acontecesse a 19 de dezembro, quarta-feira, data em que mais de 37 milhões de encomendas seriam entregues em todo o mundo”, destaca o responsável da UPS em Portugal.

De acordo com este responsável, “no ano passado [2017], a UPS fez chegar aos seus destinos quase 36 milhões de encomendas no dia de pico e estimou-se que a semana de atividade máxima coincidisse com o dia 17 de dezembro”.

“Actualmente, a média diária de entregas esperada é de 35 milhões de encomendas, o que significa um aumento de um milhão de entregas em relação ao ano passado”, conclui Sandro Pinto.

 

 

 

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